Pneus que rodam com pressões abaixo do recomendado estão mais vulneráveis a danos e rompimentos por choque em buracos - Reprodução da Internet
Pneus que rodam com pressões abaixo do recomendado estão mais vulneráveis a danos e rompimentos por choque em buracosReprodução da Internet
Por O Dia

O asfalto de má qualidade é um dos responsáveis por boa parte dos problemas mecânicos em automóveis. Alguns estouram pneus, empenam rodas ou danificam o conjunto de suspensão. A lista de defeitos que podem ser gerados a partir dessa condição é enorme. Parte dessa má qualidade das pistas foi analisada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que divulgou na última semana, a pesquisa anual responsável por analisar a infraestrutura viária no país. Segundo o levantamento, 59% das rodovias no país apresenta buracos, ondulações, fissuras, trincas e outros problemas, como falhas de projeto ou sinalização precária — — em 2018, o percentual foi 57%.

A conclusão sobre má qualidade viária no país inclui inclui a condição do pavimento (52,4% com problema), da sinalização (48,1%) e da geometria da via (76,3%). Para chegar a esse número, o CNT visitou, ao todo, 108.863 quilômetros de pistas, com aumento de 75,6% no número de pontos críticos. Foram 797 pontos críticos em 2019, contra 454 em no ano passado. 

As condições das rodovias impactam diretamente nos custos do transporte. Uma estimativa da CNT sugere que, em média, as inadequações do pavimento resultaram em custos operacionais elevados em torno de 28,5%. O caminhoneiro José Geraldo, de 51 anos, sentiu na pele (ou no bolso) o problema da pavimentação ruim nas estradas. Acostumado a rodar dentro do Rio, o motorista tem problemas com a suspensão do seu caminhão pelo menos uma vez por semana.

"O prejuízo é quase sempre no nosso bolso. Mesmo pagando todos os impostos em dia. Aliás, somos nós que pagamos pelo asfalto. Olhando assim, até parece que pagamos pouco. A única coisa que funciona são os radares. Porque será, né?", reclama.  

O presidente da CNT, Vander Costa, destaca a importância do investimento para que seja possível manter e expandir a malha rodoviária brasileira, garantindo a qualidade do tráfego de veículos. "É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível", afirma.

Além do pavimento, o estudo também realiza o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias.

Consumo e poluição

De acordo com o CNT, o pavimento inadequado leva a um desperdício de diesel em torno de 5%, pois aumentam as frenagens e reacelerações. Também há maior cresce a poluição, já que crescem as emissões. Em 2019, estima-se que haja um consumo desnecessário de 931,80 bilhões de litros de diesel. Isso representa um adicional de emissão de 2,46 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). Esse desperdício custará R$ 3,3 bilhões adicionais aos transportadores.

 

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