A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu, ontem, erro em relatório anterior e reclassificou como "elevado" o risco de contaminação pelo coronavírus no mundo. Antes, o risco era tido como moderado. A doença já provocou 81 mortes, na China, sendo uma na capital Pequim, e há outros 2.744 infectados no país.
Apesar de não haver registro da doença no Brasil, uma suspeita alarmou a população ontem. Um homem recém-chegado da China foi internado no Hospital de Icaraí, em Niterói, com tosse e dor de garganta. Mas a suspeita de infecção por coronavírus foi descartadas pelo Ministério da Saúde após exame laboratorial.
Taxista em ponto vizinho à unidade onde o paciente foi internado, Mário Valdo, de 48 anos, cobra orientações: "Acho que temos que ficar em alerta. Precisam nos passar a orientação necessária de como se prevenir. Não podemos entrar em desespero, mas também não podemos fazer pouco caso da situação. É grave".
O relato traduz o medo não só de Valdo, mas também de outros brasileiros. "Esse vírus está atravessando o oceano, por isso estamos tão apreensivos", completa Reynier Cedro, 34 anos.
Médico da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe pede cautela. "A situação está sendo monitorada e a questão nos portos e aeroportos vem sendo coordenada pelo Ministério da Saúde", diz. "Os sintomas iniciais são muito parecidos com os da gripe. É importante lavar bem as mãos, passar álcool em gel e evitar lugares com grande aglomeração".
Procurada, a Marinha informou que não há previsão de navios vindos da China para o Brasil nas próximas semanas. Mas há monitoramento 24h por dia.
Além da China, pelo menos 14 países confirmaram casos de contágio como Malásia, Austrália, Canadá, Tailândia, Vietnã, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Nepal, França e EUA. A Alemanha confirmou ontem o primeiro caso.