Por O Dia
Um grande bem que as instituições espiritualistas do mundo poderiam nos proporcionar seria a noção de que somos responsáveis por nossa vida. Não existe uma divindade punidora ou recompensadora 'per se'. Nossa vida é construção nossa, com todos os nossos erros e virtudes.
É um contrassenso terceirar a 'culpa' por nossos equívocos ou não aceitar os méritos por nossas conquistas.
A criança sente necessidade de afeto, acolhimento, carinho e atenção. Do jeitinho dela, é isso que ela espera dos pais. Entretanto, os pais também foram crianças e tiveram as mesmas expectativas. Contudo, os pais só dão o que têm, mas as crianças, enquanto crianças, não possuem esse entendimento.
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Quando crescemos, aquilo que nos faltou na infância pode continuar reverberando, até que a criança interior preencha suas lacunas e passe o controle do leme de sua vida ao adulto.
Os pais precisam se tornar 'desnecessários' quando a criança cresce, para que o adulto possa então, ele mesmo, suprir sua vida e deixar de ser pedinte. Descobrirá, aliviado, que pode se presentear, se aceitar, prover-se com o que mais gosta e aprecia.
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Esse é o maior presente que alguém pode se dar: ser merecedor de viver e ser feliz. E é o melhor legado que podemos deixar aos nossos antepassados. Assim, onde quer que eles estejam, experimentarão a inesquecível e sublime sensação do dever cumprido. Será que podemos dar esse presente a eles? Vamos!
Fernando Mansur: Radialista, escritor e professor. Graduado em Letras pela Universidade Católica de Minas Gerais (Ponte Nova). Mestre e doutor em Comunicação pela UFRJ. BLOG FM_FERNANDO MANSUR