Clarice Lispector: estátua na praia do Leme faz homenagem a antiga moradora famosa e seu cachorro Ulisses   - Fernando Frazão- Agência Brasil
Clarice Lispector: estátua na praia do Leme faz homenagem a antiga moradora famosa e seu cachorro Ulisses Fernando Frazão- Agência Brasil
Por Thiago Gomide
Teresa Montero é professora e biógrafa. Em 2018, lançou a obra “ O Rio de Clarice – Passeio Afetivo pela Cidade”, editora autêntica.
O livro provoca o leitor a encontrar as clarices em diversos cantinhos, da Floresta da Tijuca a feira de São Cristóvão, passando pela praia do Leme, onde hoje ela é homenageada com uma estátua assinada pelo artista plástico Edgar Duvivier.
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“(A estátua) Não poderia estar em outro lugar. "Minha terra é o Leme" ou a "cidade do Leme" era como ela referia-se ao bairro. Ela levava os filhos à praia, adorava o mar. Há várias referências nas crônicas, principalmente”, opina Teresa.
Ucraniana de nascimento, Clarice Lispector era exemplo de carioca que corre atrás para pagar as contas. Trabalhou como tradutora, escritora e jornalista. Ajudou a adaptar textos de Agatha Christie, Oscar Wilde e Edgar Allan Poe. No Jornal do Brasil, com direção de Alberto Dines, ela assinou uma coluna.
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Foi nesse período que escreveu "entrar no Jardim Botânico é como se fôssemos transladados para um novo reino".
A coluna concorda plenamente. É uma honra termos um espaço como esse.
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Clarice Lispector faleceu aos 56 anos, em 1977. 

Do livro para a rua

“O Rio de Clarice” acabou se tornando uma agradável caminhada por lugares impactantes na vida e na obra de uma das principais cronistas da nossa história. A visão peculiar, tão exaltada em posts e posts de Facebook, é encontrada no meio do trajeto.
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A guia é a própria Teresa, que explica como surgiu a inspiração: “O passeio “O Rio de Clarice" foi gerado em Itabira, terra de Drummond, ao conhecer os Caminhos Drummondianos. Como professora, sempre pensei que podia dar aula caminhando pelas ruas. Caminhar sob o olhar de Clarice nos estimula a cuidar do Rio. Sou outra cidadã depois de começar a fazer o passeio. Literatura e cidadania saem fortalecidos”.
Mais informações você encontra aqui

Clarice no I Conferência Mundial das Bruxas, na Colômbia
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A escritora foi chamada para participar do evento, em 1975. Era a única brasileira que seria ouvida por uma plateia atenta.
O que fez Clarice? Pediu que alguém lesse o conto “ O ovo e a galinha”. “De manhã na cozinha sobre a mesa vejo o ovo” é o comecinho do famoso texto.
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Aplausos. Gritos. Bis.
A impressão foi que ninguém entendeu nada.
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O Rio de Carmem Miranda e o Rio de Nossa Senhora de Copacabana

Teresa faz guiamentos mostrando a relação da portuguesa Carmem Miranda e o Rio de Janeiro.
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Nossa Senhora de Copacabana, que dispensa comentários, também é cenário e fruto de estudo da incansável professora.