Igreja Maria Santíssima Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado - Wikipedia
Igreja Maria Santíssima Nossa Senhora da Glória, no Largo do MachadoWikipedia
Por Thiago Gomide
Esse lugar sagrado esconde, no começo de sua construção, uma briga conjugal de dar inveja aos mais barraqueiros.
Mas vamos voltar um pouco: antes dessa grande Igreja, existia uma capelinha em homenagem à Maria Santíssima.
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Teve seus dias de glória, mas também teve seus dias de esquecimento.
Por volta de 1800, quase ninguém mais ia para um culto.
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A capelinha estava isolada, por causa das construções das vias públicas, e também por causa de histórias macabras que teriam acontecido.
Pula a lenda, a crendice, e vamos para Carlota Joquina.
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Carlota Joaquina, mulher de Dom João VI, quando chegou ao Rio de Janeiro, fugida das tropas de Napoleão Bonaparte, se apaixonou pela capelinha. Mandou imediatamente restaurar. Seria o seu espaço favorito para o retiro espiritual.
Em 1821, Carlota Joaquina e Dom João VI se mandam pra Portugal e deixam a colônia com o filho Dom Pedro I, que no ano seguinte proclamaria a independência. Essa é outra história. Quando Carlota volta a Europa, a capelinha volta para o esquecimento.
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Em 1835, eis que parece que a querida capelinha finalmente teria um fim próspero.
A Irmandade do Santíssimo da Freguesia da Nossa Senhora da Glória, que até hoje administra essa Igreja, comprou o espaço do Império.
Mas...calma, calma, muita calma nessa hora.
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O que rolou? Rolou simplesmente que um vizinho, dono de uma chácara aqui perto, ficou revoltado com a construção da Igreja. Alegou que aquilo atrapalharia sua privacidade.
Clima ficou pesado mesmo. Francisco Marques Lisboa não queria papo não.
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Vários interlocutores entraram no jogo. Não dava pra ele ignorar o contato com a Igreja. O catolicismo era a religião do Brasil. Não dava.
As partes, óbvio, entraram em um acordo em abril de 1840.
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Essa Igreja entrou em várias obras de Machado de Assis. É quase um cenário permanente.
Visite. É grátis. É histórico. 
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