Rômulo Estrela - Robert Schwenck/Divulgação
Rômulo EstrelaRobert Schwenck/Divulgação
Por O Dia
O entrevistado de hoje é uma constelação inteira. Lindo, cheiroso, simpático e educado são alguns dos predicados de Rômulo Estrela, o Marcos de ‘Bom Sucesso’. Na entrevista a seguir, o maranhense conta que lutava jiu-jitsu e chegou a pensar em se profissionalizar. Ele também é piloto de avião e conta que operou o coração porque descobriu, durante os exames de saúde para tirar a carteira de piloto esportivo, em 2014, que tinha uma arritmia cardíaca grave. “Interrompi tudo, fiz duas cirurgias por cateter e fiquei zerado”, disse.

No início de ‘Bom Sucesso’, o Marcos não era o preferido do público para ficar com Paloma, personagem de Grazi Massafera, porque era mulherengo. Mas, o jogo virou. Acredita que o seu carisma contribuiu para a mudança de comportamento dos fãs da trama?
Marcos passou por fases na vida que qualquer pessoa pode passar. As pessoas têm o direito de escolher o que querem para a sua vida. Eu emprestei muito do Rômulo para ele e aprendi muito com as situações em que ele era colocado. Inevitavelmente, quando a gente interpreta, a gente procura se distanciar o máximo possível, mas ele tem muitas coisas da mim. Acredito que a torcida pelo casal aconteceu mesmo por conta da construção dramática.
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Você sempre apostou no Marcos?
O Ramon (David Junior) representava a segurança e uma possibilidade de uma família que Paloma não enxergava isso no Marcos. Ele era um cara que não tinha compromisso com nada e o tempo o fez provar o contrário.
Você se considera um homem de sorte por ter conseguido bons personagens em tão pouco tempo na Globo?
Eu me considero uma cara de sorte porque sempre tive pessoas atentas ao meu crescimento pessoal. Profissionalmente, eu venho de uma escalada e recebi as oportunidades do tamanho que eu poderia corresponder.
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O Rômulo Estrela não se envolve em polêmica, não aparece em baladas. Você sempre foi calminho ou o casamento e a paternidade te fizeram assim?
Eu costumo entrar e expor minhas opiniões quando sinto que elas são importantes e que vão fazer alguma diferença. Nós estamos em um universo onde muitas pessoas têm opiniões sobre tudo, as pessoas julgam tudo e por isso eu sou um pouco reservado nesse sentido. Na questão de sair e ir aos eventos e festas, eu sempre fui mais caseiro. Eu gosto de curtir as minhas ‘baladinhas’, mas é uma coisa mais pacata. Eu a Nilma (a mulher) temos a nossa programação e de vez em quando, nós nos arriscamos nas saídas. Ser pai ou ser mãe é tão difícil no dia a dia, porque tem que dar atenção a criança, resolver as coisas da casa, trabalhar. Enfim. Têm dias que você só quer descansar e ficar quietinho (risos).
O que as pessoas não sabem sobre o Rômulo Estrela?
Essa pergunta é boa porque hoje eu sinto que eu estou cada vez mais próximo do meu público e isso foi uma relação acontecei gradualmente. Mas, o que vem na minha cabeça é que as pessoas não sabem da minha ligação com a minha cidade natal, São Luís. Eu sinto muitas saudades de lá.
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Não tem nada diferente?
Ah... eu piloto avião (risos). Meu pai aprendeu a pilotar depois dos 60 anos e é apaixonado pela aviação. Eu herdei esse gosto também e fui fazer o curso de piloto. Comecei o curso, mas tive que parar por causa da carreira e também por conta da cirurgia no coração...
Cirurgia no coração? Como assim ?
Sim. Durante os exames de saúde para tirar a carteira de piloto esportivo, em 2014, veio o diagnóstico de que e eu tinha uma arritmia cardíaca super grave, uma doença silenciosa e que eu poderia sofrer um infarto a qualquer momento. Interrompi tudo, fiz duas cirurgias por cateter e fiquei zerado.
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O que Rômulo lá de São Luis queria ser?
Eu achava que eu seria lutador profissional. Eu tinha um sonho maluco de que em algum momento o jiu-jitsu, que é a minha luta, o meu esporte, fosse virar olímpico e eu seria um atleta de nível internacional. Eu tinha o sonho de viver da luta, competir fora e montar uma academia em São Luís. Mas fui surpreendido e pego pelo teatro.
Você via novelas? Sonhava ser galã da Globo ?
Eu via muito pouco novelas na minha adolescência.Tinha aquela coisa de assistir as novelas com a família antes ou depois do jantar. Na semana passada mesmo, eu vi uma reportagem que ‘Bom Sucesso’ era a novela mais acessada na internet. Ou seja: as pessoas assistem novelas, séries, programas e filmes, hoje, de outras maneiras. Eu via novelas porque fazia parte do cotidiano brasileiro, mas como eu era muito ativo e fazia várias atividades lá em São Luis, eu assistia pouco. Me lembro de ter assistido ‘Renascer’ e ‘Rei do Gado’, que marcaram a minha vida.
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Se alguém dissesse que você seria galã de novelas da maior emissora do Brasil, você acreditaria?
Lá atrás seria difícil porque era uma realidade tão distante, mas trazendo um pouquinho mais para a minha trajetória de quando eu cheguei ao Rio para trabalhar como ator e viver da minha arte, certamente eu perguntaria: ‘quando isso vai acontecer?’
Você é religioso? Acredita em mapa astral, tarô e cartomantes, por exemplo?
Eu acredito em tudo. Eu acredito na energia das coisas e das pessoas. Eu sou um cara espiritualizado. Fui criado no catolicismo, faço as minhas orações e, apesar de não mais frequentar tanto a igreja católica, nunca me distanciei da minha fé. Sou um cara intuitivo. Sinto quando eu devo prestar atenção aos sinais. Por exemplo, eu ando de moto e outro dia mesmo queria sair para fazer uma coisa e na hora me veio para não sair com a moto. Deixei a moto na garagem e usei o metrô.
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Você anda de metrô?
Claro. No Rio de Janeiro andar de metrô é uma mão na roda por conta da mobilidade urbana. Eu pego o metrô na porta da minha casa e salto na porta do salão que corto o cabelo em Ipanema, na porta do cinema em Botafogo, perto da casa da minha sogra no Leblon e na minha terapia na Tijuca. As pessoas me reconhecem e isso não me incomoda. Pelo contrário. É maravilhoso ter esse feedback. Nem sempre eu posso dar a atenção que eu gostaria, mas eu faço de tudo para atender a todos.
Em qualquer meio existe aquela coisa de inveja, olho grande e uma torcida não muito a favor do seu sucesso. Você sente isso de cara ?
Sinto, mas eu procuro não me prender. Eu deixo passar. Se tiver que falar, eu falo só o essencial e eu prefiro manter uma distância.
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O que hoje te faria dizer não a um personagem?
Como ator tenho algumas ambições e daqui para frente eu quero muito o que ainda não fiz. Diria não para alguma coisa que eu sentisse que é extremamente repetitivo na minha carreira.
Você é muito cantado e já aconteceu alguma aproximação mais quente de um fã?
Não, mas têm muitas pessoas que no calor ali da aproximação, te pega firme no braço, te machuca mesmo na hora de tirar a selfie e sempre quando isso acontece , claro, que procurando ser gentil, falo para não me segurar com tanta força e tento fazer que as coisas fiquem mais calmas (risos).
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Já te confundiram com outro ator da Globo?
Com o Mateus Solano. Um ator que eu admiro muito, um profissional incrível com quem eu trabalhei em ‘Liberdade, Liberdade’ e filmamos um longa ‘Em Nome da Lei’, do diretor Sérgio Rezende. Têm pessoas que sabem quem eu sou e aí falam: ‘como você parece com o Mateus Solano?’.
O que vai fazer depois de ‘Bom Sucesso’?
Eu quero descansar um pouco. Mas esse descansar é aquele ócio produtivo porque eu quero ler alguns textos, quero ver algumas peças e tenho uns projetos voltados para área mais audiovisual. Ainda tenho coisas pessoais que eu quero tocar também. Preciso descansar porque eu estou trabalhando há muito tempo. Não parei desde 2013.
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Você quer focar agora em cinema?
Sim, eu tenho três filmes ao longo da minha carreira: ’Em nome da Lei’, ‘Entre Irmãs' e 'Depois de Tudo’. Eu quero fazer mais filmes, sim. O nosso cinema está passando por um momento difícil de disputa por salas e circuitos com produções internacionais fortíssimas e nós brasileiros teríamos que prestigiar mais os longas nacionais.
O que você gosta de fazer e ninguém desconfia?
Eu gosto de cozinhar e outro dia mesmo fiz u cordeiro, o que eu nunca tinha feito, e ficou maravilhoso. Cozinhar para mim é quase que uma terapia. Os meus pais tinham isso de cozinhar nos finais de semana para a família os amigos e eu cresci nesse meio, de ficar em torno do fogão. A minha mãe foi quem me ensinou a cozinhar. Quando eu decidir sair de casa, ela fez um caderno de receitas para mim, um manual de cozinha desde como cozinhar um feijão até fazer uma receita mais trabalhada.
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