Ela assume um segundo nome, mas acaba sendo a maluca de sempre. Alexia é doida, engraçada, dramática, e tem duas compulsões: comida e homens. Isso torna ela talvez muito próxima de nós, mulheres, porque a gente está sempre com essa coisa com a balança e às vezes estragamos as nossas vidas com uns boys mais ou menos. Ela ama atuação, esse universo de filmes, teatros, ela cita e reproduz muitos filmes, tem bordões ótimos como 'minha nossa senhora da musculação', 'minha nossa senhora da banda larga', 'minha nossa senhora da lerdeza'... São vários! Adoro quando ela fala 'meu amor, eu sou Alexia, eu sou o máximo', porque o nome dela é Alexia Máximo.
Alexia é dramática e eu acho que não sou, mas o meu marido diz que eu sou beeeeem dramática. Ela é leve, eu sou leve e ela é mais rabugenta do que eu e eu sou mais ranzinza (risos). O resto somos bem parecidas.
Já. Essa é a parte mais difícil da novela. Felipa é mais difícil, mais estrela. Às vezes ela fala, às vezes não, ela tem o tempo particular dela. É muito divertida a relação da Alexia com a Felipa. Elas conversam horas e Alexia escuta Felipa, Felipa conta coisas para Alexia. E Alexia é bem louca, ela acredita naquele cacarejo. 'Não fala isso, Felipa. Não me joga essa praga' [risos]."
Eu sempre fui lúdica. Minha vida sempre foi fantasiosa, sempre criei personagens, sempre brinquei de ser pessoas antes mesmo de atuar. Agora está sendo um lúdico que a Maria (Flor, filha da atriz) pode assistir.
Rir. É uma novela leve, acho que diferente do que a gente tem no ar hoje. Vem para alegrar a gente, gargalhar sem pensar em mais nada. Acho que esse é momento que a gente precisa muito rir.
Na verdade, ela não tem uma luta com a balança. Ela tem uma luta com a própria visão que ela tem dela. É uma visão deturpada.
Eu não consigo me imaginar deixando a minha filha para trás. Podendo levar a minha filha, acho que ia ser massa.
Ia ser massa. Acho que eu ia viver acampando. Mas acho que a novela mostra uma proposta de pensamento muito interessante: será que o que você sempre sonhou é de fato o que vai te fazer feliz? Alexia está em busca do que sempre sonhou, de repente acontece um negócio e ela vai para um caminho completamente diferente. E de repente ela vai ser muito mais feliz. Eu adoraria ter essas possibilidades de tentar fazer diferente. Eu penso em tentar morar fora, numa cabana, viver acampando um tempo. No meio do nada, sei lá.
Eu tenho uma genética muito abençoada e algumas personagens que fizeram muito sucesso eram mulheres sexies, gostosas, então o povo confunde um pouco isso. Eu mesma não tenho esse apelo todo, mas tudo bem, estou aceitando os elogios.
Eu penso. Nesse momento é quando a gente não pensa, porque estou trabalhando muito, mas penso. Mas tem um impasse: quero muito ter um segundo filho e o Hugo quer muito adotar. Estamos num impasse.
Não tenho muitas ambições diferentes de atuar. Eu escrevo as minhas coisas, talvez escreva uma peça, estou pensando nisso, mas amo atuar. Meu barato é dar a vida às mulheres diferentes de mim. Poder me transformar nessas mulheres, conhecer mulheres diferentes de mim. Quero fazer isso até ficar velhinha igual a dona Fernanda Montenegro.
Uma peça sobre a minha vida, mas não sei nunca se vou fazer.
Uma frase que eu aprendi quando fiz Bruna Surfistinha. Uma garota de programa falou pra mim, 'Débora, a gente não é como a gente quer ser, a gente é como a gente consegue ser'. Essa foi uma grande lição. A gente tem muito julgamento alheio. 'A fulana tá gorda, tá magra, tá bonita, tá com homem bom, tá com homem ruim'. Tá todo mundo tentando ser o melhor que pode. Todo mundo dando o seu melhor, e nem sempre o nosso melhor é o que a gente quer. Acho que a gente tem que ter mais compaixão com o melhor das pessoas.
De nada, porque tudo que eu fiz, fez com que eu me tornasse a mulher que eu sou hoje. Hoje, faria diferente diversas coisas na minha vida, porque graças a Deus em amadureci, aprendi com as lições que a vida me deu, mas não me arrependo de nada, porque senão eu não chegaria no lugar que eu estou hoje.
Me orgulho muito de ter construído uma história profissional em cima de muito trabalho, dedicação, profissionalismo, muita entrega. De ter construído a minha família da forma como ela é, eu acho que tenho um relacionamento que nem nos meus melhores sonhos eu poderia ter. Tenho um parceiro, um companheiro, um cara que me admira como eu sou, com meus erros e acertos, qualidade e defeitos. O meu maior acerto é a minha filha, que veio pronta, veio me dando aula. Outro dia eu falei 'filha, você é a mais linda'. Ela, 'não, mamãe, todas são lindas iguais'.
Amo trabalhar, amo vir para o Projac. Eu fico nervosa como se fosse a minha primeira novela. Eu amo atuar e falo que se eu não atuasse, seria esquizofrênica. A minha vida é ficar falando sozinha. Quando não estou gravando, fico falando textos de novelas que eu já fiz. Sou bem louca. Atuar é o que me acalma. Hugo diz que eu sou uma pessoa melhor trabalhando.
Acho que compulsiva.
Eu tenho que virar feminista ativa. A gente tem que salvar o mundo por essa criança. É claro que vou errar muito, mas estou aí com toda a humildade do mundo para conversar com pessoas que sabem mais do que eu sobre o assunto. Cada vez ser melhor e criar um mundo melhor para a minha filha.
Uma loucura, mas acho muito importante para ela ter a referência de uma mulher que trabalha, independente, que vai atrás das suas coisas. Eu busco ser um exemplo para ela, de uma pessoa que nunca dependeu de ninguém. É o que eu desejo para ela.
Mas a gente consegue se dividir. Minha mãe também está ali, mora no mesmo condomínio. Isso ajuda muito. A família meio que dá uma mão.
A gente não sabe muito ainda o que vai conseguir. Eu queria muito, mas depende muito de como estará a vida na novela.