Deborah Secco  - Vinicius Mochizuki/Divulgação
Deborah Secco Vinicius Mochizuki/Divulgação
Por O Dia
Deborah Secco está de volta às novelas. A atriz estreia amanhã na pele da engraçada Alexia em 'Salve-se Quem Puder'. Na entrevista a seguir, a atriz fala da personagem e também de sua vida pessoal. Diz que esta será a primeira novela que filha vai poder assistir, afirma que o marido, Hugo Moura, acha que ela é bem dramática e revela o desejo de morar no exterior: "Penso em tentar morar fora, numa cabana, viver acampando um tempo. No meio do nada, sei lá".
Como é a sua personagem?
Ela assume um segundo nome, mas acaba sendo a maluca de sempre. Alexia é doida, engraçada, dramática, e tem duas compulsões: comida e homens. Isso torna ela talvez muito próxima de nós, mulheres, porque a gente está sempre com essa coisa com a balança e às vezes estragamos as nossas vidas com uns boys mais ou menos. Ela ama atuação, esse universo de filmes, teatros, ela cita e reproduz muitos filmes, tem bordões ótimos como 'minha nossa senhora da musculação', 'minha nossa senhora da banda larga', 'minha nossa senhora da lerdeza'... São vários! Adoro quando ela fala 'meu amor, eu sou Alexia, eu sou o máximo', porque o nome dela é Alexia Máximo.
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Quem é Alexia? O que ela tem da Deborah ?
Alexia é dramática e eu acho que não sou, mas o meu marido diz que eu sou beeeeem dramática. Ela é leve, eu sou leve e ela é mais rabugenta do que eu e eu sou mais ranzinza (risos). O resto somos bem parecidas.
Já gravou com a Felipa (a galinha de estimação de Alexia)?
Já. Essa é a parte mais difícil da novela. Felipa é mais difícil, mais estrela. Às vezes ela fala, às vezes não, ela tem o tempo particular dela. É muito divertida a relação da Alexia com a Felipa. Elas conversam horas e Alexia escuta Felipa, Felipa conta coisas para Alexia. E Alexia é bem louca, ela acredita naquele cacarejo. 'Não fala isso, Felipa. Não me joga essa praga' [risos]."
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Você ser mãe ajudou na hora de ser lúdica nessa parte da novela?
Eu sempre fui lúdica. Minha vida sempre foi fantasiosa, sempre criei personagens, sempre brinquei de ser pessoas antes mesmo de atuar. Agora está sendo um lúdico que a Maria (Flor, filha da atriz) pode assistir.
O que o público pode esperar dessa novela?
Rir. É uma novela leve, acho que diferente do que a gente tem no ar hoje. Vem para alegrar a gente, gargalhar sem pensar em mais nada. Acho que esse é momento que a gente precisa muito rir.
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A Alexia conseguirá vencer a luta que terá com a balança?
Na verdade, ela não tem uma luta com a balança. Ela tem uma luta com a própria visão que ela tem dela. É uma visão deturpada.
A sua personagem deixa a vida para trás e começa tudo de novo. Como você se imaginaria nessa situação?
Eu não consigo me imaginar deixando a minha filha para trás. Podendo levar a minha filha, acho que ia ser massa.
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E deixar a carreira de atriz?
Ia ser massa. Acho que eu ia viver acampando. Mas acho que a novela mostra uma proposta de pensamento muito interessante: será que o que você sempre sonhou é de fato o que vai te fazer feliz? Alexia está em busca do que sempre sonhou, de repente acontece um negócio e ela vai para um caminho completamente diferente. E de repente ela vai ser muito mais feliz. Eu adoraria ter essas possibilidades de tentar fazer diferente. Eu penso em tentar morar fora, numa cabana, viver acampando um tempo. No meio do nada, sei lá.
Qual é o segredo de ter esse corpo aos 40 anos?
Eu tenho uma genética muito abençoada e algumas personagens que fizeram muito sucesso eram mulheres sexies, gostosas, então o povo confunde um pouco isso. Eu mesma não tenho esse apelo todo, mas tudo bem, estou aceitando os elogios.
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Pensa em ter mais filhos?
Eu penso. Nesse momento é quando a gente não pensa, porque estou trabalhando muito, mas penso. Mas tem um impasse: quero muito ter um segundo filho e o Hugo quer muito adotar. Estamos num impasse.
Em 32 anos de carreira, o que falta artisticamente?
Não tenho muitas ambições diferentes de atuar. Eu escrevo as minhas coisas, talvez escreva uma peça, estou pensando nisso, mas amo atuar. Meu barato é dar a vida às mulheres diferentes de mim. Poder me transformar nessas mulheres, conhecer mulheres diferentes de mim. Quero fazer isso até ficar velhinha igual a dona Fernanda Montenegro.
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O que você está escrevendo?
Uma peça sobre a minha vida, mas não sei nunca se vou fazer.
Qual foi o maior ensinamento que guardou para você desse universo?
Uma frase que eu aprendi quando fiz Bruna Surfistinha. Uma garota de programa falou pra mim, 'Débora, a gente não é como a gente quer ser, a gente é como a gente consegue ser'. Essa foi uma grande lição. A gente tem muito julgamento alheio. 'A fulana tá gorda, tá magra, tá bonita, tá com homem bom, tá com homem ruim'. Tá todo mundo tentando ser o melhor que pode. Todo mundo dando o seu melhor, e nem sempre o nosso melhor é o que a gente quer. Acho que a gente tem que ter mais compaixão com o melhor das pessoas.
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Você se arrepende de algo?
De nada, porque tudo que eu fiz, fez com que eu me tornasse a mulher que eu sou hoje. Hoje, faria diferente diversas coisas na minha vida, porque graças a Deus em amadureci, aprendi com as lições que a vida me deu, mas não me arrependo de nada, porque senão eu não chegaria no lugar que eu estou hoje.
Do que você se orgulha?
Me orgulho muito de ter construído uma história profissional em cima de muito trabalho, dedicação, profissionalismo, muita entrega. De ter construído a minha família da forma como ela é, eu acho que tenho um relacionamento que nem nos meus melhores sonhos eu poderia ter. Tenho um parceiro, um companheiro, um cara que me admira como eu sou, com meus erros e acertos, qualidade e defeitos. O meu maior acerto é a minha filha, que veio pronta, veio me dando aula. Outro dia eu falei 'filha, você é a mais linda'. Ela, 'não, mamãe, todas são lindas iguais'.
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Como é a sua relação com o trabalho?
Amo trabalhar, amo vir para o Projac. Eu fico nervosa como se fosse a minha primeira novela. Eu amo atuar e falo que se eu não atuasse, seria esquizofrênica. A minha vida é ficar falando sozinha. Quando não estou gravando, fico falando textos de novelas que eu já fiz. Sou bem louca. Atuar é o que me acalma. Hugo diz que eu sou uma pessoa melhor trabalhando.
Se pudesse definir a sua personalidade em uma palavra, qual seria?
Acho que compulsiva.
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Como é criar uma menina nesse universo que continua sendo muito machista?
Eu tenho que virar feminista ativa. A gente tem que salvar o mundo por essa criança. É claro que vou errar muito, mas estou aí com toda a humildade do mundo para conversar com pessoas que sabem mais do que eu sobre o assunto. Cada vez ser melhor e criar um mundo melhor para a minha filha.
Como está sendo a rotina com a Maria Flor?
Uma loucura, mas acho muito importante para ela ter a referência de uma mulher que trabalha, independente, que vai atrás das suas coisas. Eu busco ser um exemplo para ela, de uma pessoa que nunca dependeu de ninguém. É o que eu desejo para ela.
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O Hugo também está em uma novela…
Mas a gente consegue se dividir. Minha mãe também está ali, mora no mesmo condomínio. Isso ajuda muito. A família meio que dá uma mão.
Esse ano terá tempo para se dedicar ao Carnaval?
A gente não sabe muito ainda o que vai conseguir. Eu queria muito, mas depende muito de como estará a vida na novela.