Marina Ruy Barbosa - Divulgação
Marina Ruy BarbosaDivulgação
Por O Dia
Marina Ruy Barbosa sempre foi uma mulher de fazer mil coisas e teve que colocar um freio no seu ritmo por conta da quarentena do coronavírus. Nesta reclusão, ela vem descobrindo o prazer de ver filmes, ler e se autoconhecer. A atriz, que está no ar com a reprise de 'Totalmente Demais' assume estar mais segura na vida, menos ciumenta com relação a Xandinho Negrão e diz que fica incomodada com a pressão por filhos. Nesse bate-papo com a coluna, Marina fala sobre a imbróglio em 'O Sétimo Guardião' e que não quer viver novas mocinhas tão cedo.
O que você está fazendo nesse tempo de coronavírus? Como está a sua rotina?
É muito complicado desacelerar bruscamente. A gente está acostumado a fazer mil coisas ao mesmo tempo. De repente, a ordem é frear. É difícil saber a melhor forma de agir! Mas no primeiro momento pensei em fazer uso das minhas redes para compartilhar informações importantes, dicas que podem ajudar a suavizar esse momento diante de tanta incerteza e de notícias ruins vindas do mundo inteiro. A reclusão está me ensinando... Tenho aproveitado pra ver filmes e séries, ler livros... E o que posso continuar fazendo, reuniões, aulas por Skype continuo fazendo... Mas as aproveito para pensar muito sobre esse período, entender como posso ajudar e tentar entender como sairemos disso tudo quando a pandemia acabar.
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Você tem ido frequentemente opinar sobre as medidas do governo: reclamou dos preços abusivos do álcool em gel e pediu para denunciar. Essa é uma nova Marina mais incisiva?
Eu sempre fui essa Marina. Sempre fui aberta e disposta ao diálogo, à escuta. E ao aprendizado. Algumas convicções chegaram com a maturidade. Aliás, estão chegando, pois estou amadurecendo. E acho que tem algumas coisas importantes no processo, não sair repetindo o que os outros tão dizendo só pra me posicionar sobre algo, e sim, me posicionar se realmente procurei saber sobre, fui atrás e formei uma opinião madura. E estar preparada emocionalmente pra expor suas ideias e opiniões nas redes - que viraram uma selva e um grande tribunal! Mas não podemos deixar certas oportunidades passarem para contribuir de forma mais assertiva com o coletivo. E a hora é essa. Me sinto cada vez mais segura.
O que achou da escolha de 'Totalmente Demais' para um compacto no horário das 19h?
A Globo teve a postura correta para este momento. Não dá para colocar as pessoas em risco num momento em que as organizações mundiais, sustentadas em dados científicos, decretam o isolamento social como a medida mais eficaz de segura o avanço do novo coronavírus. Mas imagino o que meus colegas sentiram quando souberam que suas histórias seriam interrompidas. Nunca vivemos isso! 'Totalmente Demais' é uma novela muito especial para mim, e traz uma mensagem de esperança. Nesse momento tão duro e delicado, mensagens de esperança são bem-vindas.
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Eliza foi uma personagem...
Que levarei para sempre na minha memória e no meu coração. Foi um desafio viver essa menina cheia de atitude, num conto de fadas às avessas e tão moderno! Eu quero mais personagens assim, desafiadoras. Personagens que minha escalação não seja óbvia! É isso que instiga os atores, e acho que o público também. Estou esperando a personagem certa agora. Não me venham com mocinhas por enquanto (risos)!
De todas as suas personagens, qual é a mais parecida com você e a mais distante?
Se falarmos dos trabalhos na televisão, acho que a Malvina de 'Amorteamo', até pela natureza do projeto, deve ser a mais distante. Mas as demais têm coisas minhas, eu acho. Luz e Amália tinham maneiras particulares de olharem para a vida, com força, resiliência e me pertencem também.
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Você é uma boa dona de casa? É melhor na cozinha ou prefere arrumar casa?
Sou. Quando nos casamos, estava em meio a projetos de cinema e TV e foi uma correria tão grande que meu lado 'dona de casa' ficou meio comprometido. Mas assim que entrei de férias, pude cuidar melhor das coisas de casa. E inclusive meu tempo sozinhas em Los Angeles, onde fiquei estudando, fez eu trabalhar esse meu lado. Na cozinha eu não sou tão boa não... Xandinho é melhor. Eu me viro. Mas estou longe de mandar bem no fogão...
Já pensa em filhos?
Confesso que essa pressão por filhos, especialmente depois que a gente casa ou atinge determinada idade, é algo que tem me incomodado. Porque acho que é uma ansiedade que as pessoas depositam prioritariamente nas mulheres. E é delicado termos uma resposta pronta para isso, porque depende dos nossos parceiros, das nossas necessidades, do nosso desejos...
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Se o Xandinho fosse convidado para atuar no cinema e no contrato estivesse escrito cenas tórridas e nu frontal. Tudo bem?
Tenho ciúmes porque é um sentimento humano, né? Como lidamos com ele é o que deve importar. Lido bem com o meu ciúme, sem exageros. Tenho uma relação de confiança e cumplicidade com ele. E isso faz com que o ciúme não ocupe um espaço muito importante na relação. Tentamos substituir o ciúme por lealdade, boas conversas e solidez. Eu já fui muito mais ciumenta, hoje sou super tranquila porque nosso relacionamento é muito mais maduro. Sobre a possibilidade dele ser ator, se isso o fizesse feliz, claro que aceitaria. Mas acho que não assistiria. Se ele fosse um ator ruim, não iria gostar de vê-lo encenar. Se ele fosse um bom ator, suas cenas seriam críveis e eu não iria gostar de ver também (risos)! Mas ele teria o meu apoio em qualquer escolha dele. Mas acho incrível trabalharmos em áreas tão distintas! É um respiro também chegar em casa e poder conversar com um homem que tem outro tipo de vivência diária.
Que lição você tirou de todo o imbróglio que aconteceu com você durante 'O Sétimo Guardião'?
Foram tantas! Acho que a pressão e cobrança em relação às mulheres é sempre muito maior e vivi isso na pele. Tive lições práticas sobre feminismo, linchamento virtual e como lidar com níveis inexplicáveis e insuportáveis de ansiedade. Aprendi a força negativa que as redes socais podem ter; e como as pessoas podem utilizá-las de forma perversa. Aprendi que o machismo está enraizados em nós e, por isso, precisamos duplicar a nossa escuta para melhorarmos enquanto sociedade... Mas tem muita coisa em processo de aprendizagem ainda. Acho que o positivo de tudo isso é que a minha relação que sempre foi de 100% verdade, companheirismo e amor com o Alexandre só se fortaleceu. Ele sabe muito bem quem e como eu sou. E eu pude ver o homem incrível que tenho do lado e que me ajudou me dando todo o apoio enquanto um terremoto acontecia.
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O que tem de verdade sobre a possibilidade de uma carreira internacional?
Eu gosto muito de estudar. Estudar tudo e qualquer coisa. Precisava de férias. Fiz dois longas e duas novelas, uma engatada na outra. Além dos meus compromissos publicitários. Estava cansada. Sugada. Precisava me esvaziar um pouco para estar pronta para a próxima personagem. Surgiram vários convites interessantes, mas achei melhor dar essa breve pausa. E aproveitei para aprimorar meu inglês e estudar interpretação também em Los Angeles. Além de viver a experiência de viver num lugar diferente, outra cultura... Aprender assim é uma oportunidade que eu não queria desperdiçar. Comecei a trabalhar aos 9 anos e desde então não tinha tido esse tempo de fazer algo pra mim. Me dei esse direito.
Se não fosse atriz, o que seria?
Difícil dizer. Talvez trabalharia como diretora? Ou investiria mais no meu lado com a moda, tendo uma marca minha, sendo estilista.
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Você foi considerada, segundo uma pesquisa recente, um dos quatro nomes mais confiáveis e desejáveis na publicidade, ao lado de Gisele Bündchen, Ivete Sangalo e Iza. Sei que essa pergunta é recorrente, mas por que você acha que permanece nesse ranking há anos?
Fiquei muito feliz com essa pesquisa, especialmente por estar ao lado de mulheres tão fortes e que mantêm uma relação com o mercado de forma tão profissional e responsável. É assim que lido com meus parceiros comerciais, com respeito, dedicação e seriedade. Essa pergunta não tem uma resposta prática, objetiva. Toda vez que renovo minha parceria com alguma marca, penso que estou no caminho certo. São relações duradouras e muito se deve, eu acredito, à minha postura criteriosa na hora de escolher essas marcas com quem irei trabalhar e em fazer com que formemos um time de verdade. Se não consigo ter uma relação de total sintonia com a marca não faz sentindo representá-la. Tenho sido cada vez mais criteriosa nesse sentido!
Você é muito atuante com o projeto social 'Gerando Falcões'. Aliás, você e seu marido. Queria que comentasse um pouco sobre isso e o que estão fazendo neste momento de tanta apreensão e necessidade por pessoas do mundo todo?
Eu conheci o Edu Lyra que fundou e comanda a 'Geraldo Falcões'. Eu estava ganhando um prêmio como 'Mulher do Ano' e ele 'Homem do Ano na área social'. Ali nossos caminhos se cruzaram e me emocionei com o discurso dele. Na hora senti que precisava ajudar a dar voz. Desde então venho me envolvendo cada mais com eles. Alexandre, meu marido, também. Sempre fazemos doações e ajudas presenciais. Para minimizar os males da pandemia, resolvemos fazer a arrecadação de cestas básicas digitais. Iniciamos já com mais de 6 milhões arrecadadas entre nós, empresários e amigos, e depois o pessoal foi doando e já estamos em mais de 9 milhões. Esse dinheiro vai direto para as comunidades de todo o Brasil pra levar alimento durante esses três meses pra ninguém passar fome.
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