William Bonner - Reprodução / TV Globo
William BonnerReprodução / TV Globo
Por O Dia
Após deixar as redes sociais há alguns meses, William Bonner resolveu reativar sua conta no Twitter para esclarecer que seu filho, Vinicius Bonemer, está há alguns anos vem sendo vítima de estelionatários. Desde que se envolveu em um acidente de carro em 2017 e viu seus documentos pessoais circular em grupos de WhatsApp, Vinicius começou a ser alvo de estelionatários que, segundo o apresentador do 'Jornal Nacional', têm usado seu CPF para realizar fraudes.

“Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e o CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras. Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático. Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela”, disse o jornalista.

Bonner revelou ainda que o mais recente golpe sofrido pelo filho foi a inscrição do CPF dele no programa de auxílio emergencial do Governo Federal. “Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente. Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria”, afirmou o apresentador, que em seguida criticou os critérios de aprovação do benefício do governo.

“Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um “não”. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado. O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa - a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado”, conta.

William Bonner também questiona se mais estelionatários se deram bem fraudando o programa do auxílio emergencial. “Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas, parceiros, parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?”

Por fim, o jornalista diz que fez mais uma denúncia contra os criminosos que tem utilizado os documentos de Vinicius Bonemer para aplicar golpes. Bonner também espera que haja uma apuração da parte dos gestores do programa do governo para que fraudes como essa sejam combatidas. “De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa. E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.”