Flor - Divulgação/Jonas Morais
FlorDivulgação/Jonas Morais
Por O Dia
Florina Fernandez é o nome de batismo da apresentadora Flor, que chegou ao SBT em 1985 como caloura e, hoje, está à frente do programa 'Triturando'. Surpresa com o convite do próprio dono da emissora, ela fala sobre a sua relação com Silvio Santos. "Ele é o amor profissional da minha vida, que me deu oportunidade e que me fez ser artista. Eu digo que sou boa no que faço porque eu tive um mestre e o melhor mestre". Solteira e sem filhos, ela diz que já foi assediada por homens ricos. Revela que recebe muitas cantadas de homens mais jovens e de mulheres também, mas está fechada para relacionamentos.
Como está sendo a experiência no 'Triturando'?
Estou amando estar sentada lá apresentando com os meus amigos e estou me sentindo muito à vontade porque o SBT é uma casa e quando eu cheguei nós todos conversamos. Conversei com a Ana (Ana Paula Renault), com a Chris Flores, que é uma querida, uma mulher carinhosa, um ser humano incrível. A bondade dela exala! Ela não é nem fervida e eu acho que eu sou uma pessoa fervida (risos). Sou boa pessoa, mas fervida. O Cartolano é ótimo. A gente joga um bolão, a gente não combina nada. A experiência é muito diferente do 'Jogo dos Pontinhos', claro, e eu estou adorando por poder falar, brincar e levar alegria. O legal também é que quando damos a nossa opinião, mostramos um pouquinho do que somos e pensamos. Somos nós, sem filtros, sem ensaios. Eu espero que as pessoas possam ver o melhor de mim.
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Qual foi a sua primeira reação ao ser convidada para apresentar o programa?
A minha reação foi de total surpresa. Quando o diretor falou 'O Silvio quer você no programa. Você pode vir?', eu respondi que podia. Claro. Porque como todos nós estamos de quarentena, eu entendi que o convite de forma muita educada fosse porque eu poderia não estar podendo sair de casa. Não perguntei mais nada. Na minha cabeça, eu iria participar com as meninas e o Silvio iria ver o que fazer depois. Meia hora depois, a Mara (Maravilha) me ligou para desejar boa sorte e eu não sabia de nada.
Muitas pessoas falam que relação com Silvio Santos é meio complicada. Quem é Silvio Santos para você?
O Silvio não é uma pessoa difícil de lidar. Ele é o Silvio Santos e por isso muitas pessoas tremem nas bases. Quando eu cheguei lá foi para dançar no 'Show de Calouros', mas primeiro eu já tinha participado do Campeonato Nacional de Dança e aí eu pensei 'não é isso que eu quero'. Eu era distante dele, mas eu tinha aquilo na cabeça de ser assistente de palco. Eu o parei na rua e falei para ele esse desejo. Silvio só sorriu, mas ele tem uma memória espetacular e aconteceu. O Silvio Santos tem essa coisa da pessoa admirar muito, tremer e suar nas mãos, bambear as pernas (risos). E tem uma coisa: quando ele não gosta, ele não gosta. A Patrícia (Abravanel) também é assim e eu creio que as outras meninas também, mas eu não convivo tanto. A Patrícia quando tem que falar, ela fala e bem o Silvio. Eu nunca tive problema com o Silvio e , hoje, ele está muito mais flexível, muito mais carinhoso, mais doce, mais meigo. Ele precisava se precaver porque as pessoas o abordava já pedindo uma casa ou uma geladeira ou um carne do baú. Era uma defesa. O Silvio Santos é tão importante para mim que eu pensava que quando fosse me casar, queria que O Silvio entrasse na igreja comigo. E meu pai é vivo. Ele é o amor das nossas vidas desde criança, um amor de um pai que me tornou artista. Eu tinha o dom, mas ele me tornou o que eu sou. Ele é o amor profissional da minha vida, que me deu oportunidade e que fez eu ser artista. Eu digo que sou boa no que faço porque eu tive um mestre e o melhor mestre. Não falo por arrogância, mas porque eu sei. Ele é um pai profissional, é uma amigo e é um mestre. Ele faz parte integral da minha vida.
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Você começou a carreira como assistente do palco, logo depois virou jurada. A sua intenção sempre foi ser apresentadora?
Inicialmente a minha intenção era estar ao lado do Silvio. Ele marcou tanto a minha infância e eu dizia que quando crescesse iria trabalhar com ele. Eu cheguei a trabalhar dois dias em uma agência de publicidade, passei mal e saí. Eu fui galgando os degraus para trabalhar com o Silvio Santos. Primeira coisa: eu fui caloura para ser depois assistente de palco. E aí você pensa numa empresa, onde você quer crescer internamente. Engraçado que está vindo tudo na memória com essa entrevista (risos). Quando eu dancei no dia cinco moças estavam sendo demitidas, infelizmente, e não tinha vaga. Outro dia, voltei lá e o cerquei não estacionamento: 'Olha, eu não vou pedir emprego, eu não quero geladeira nem carnê do baú. Eu quero ser caloura'. Ele pediu as seguranças para deixar eu ficar, que eu já estava proibida (risos) e fiquei. Conversamos depois e ele me disse que não tinha vaga. Eu me ofereci para ser caloura, mas o que eu queria é que ele me dissesse que eu tinha o dom artístico. Se ele dissesse que não, eu iria tentar outra coisa, mas eu sabia que teria que trabalhar com o público porque eu era e sou comunicativa. Eu queria uma chance. Ele viajou de férias e quando voltou me disse 'Bom dia! Você vai dançar, hoje!'. Fiz o testei para dançar. Eu estava nervosa, mas dancei muito. A menina que era minha opositora me questionava se eu dançava e eu nunca tinha feito balé. O meu espelho era o azulejo da minha casa! Eu via a novela 'Baila Comigo' e ficava girando (gargalha), treinava em casa. Virei dançarina e ganhava dinheiro. Pouco, mas ganhava. Ele conversou comigo, eu não me lembro o que foi, mas chamou a Mariette. Me colocou ao lado dela e disse. 'Você é do mesmo tamanho!. Você está contratada para ser minha tele-moça.' E ai eu não via mais nada. Inicialmente, eu quis ser tele-moça, eu fui para o Bozo, depois virei assistente de palco e quando faltava um jurado, eu sentava na cadeira. A oportunidade de ser apresentadora foi no 'Caldeirão da Sorte', quando ele deixou eu apresentar com ele. Eu queria ser jurada, mas quando eu apresentei o bichinho da apresentação pegou na pele.
Você ficou uma década longe do SBT, virou apresentadora de programas em outras emissoras. Conta como foi a essa experiencia?
Depois que o 'Show dos Calouros' terminou, muito funcionários foram demitidos. A minha mãe ficou arrasada! Ela falava para eu procurar o Silvio e eu não fui. Nunca tinha pedido nada, mas acabei encontrando com ele. Eu tinha mandado uma carta para a Globo, tinha mandado uma carta para Marluce Dias, dizendo quem eu era e pedindo uma oportunidade porque tinha saído do SBT e não sabia nada. Eu sabia que iria ficar longe do meu mestre, mas eu precisava ganhar dinheiro. Foi uma época bem difícil. Sem contrato com SBT, sem shows. Eu não tinha nada. Encontrei com o Silvio e mostrei a carta da Globo. Eu tenho que achar essa essa cartinha porque se alguém duvidar, eu tenho a prova de que eles ficaram interessados para um projeto. Acho que era o 'Vídeo Show'. Pedi para ele liberar uma imagens e ele disse que não iria liberar. Ele tinha planos para mim e eu não sabia! Quando estreou 'Gente que Brilha', era para eu estar lá, só que eu fazia o 'Tom é Cavalcante', recebia cachê, não era contratada, mas ele não me chamou e eu fiquei arrasada. Comecei a fazer shows e trabalhar como apresentadora em programas de entrevistas porque o meu DRT é de entrevistadora, animadora e apresentadora. E aí eu fui em algumas emissoras de Limeira, eles queriam até que eu pagasse, mas eu não tinha como pagar e a TV Jornal, através do Geraldo Luís, me ajudou e comecei a fazer um programa feminino. Fazia 'Programa do Ratinho', era jurada dele e ele sempre foi muito generoso, até que eu resolvi me dedicar a ser só apresentadora e falei com ele. E foi tudo ótimo.
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Você é uma mulher bonita. Sempre foi. Já sofreu algum tipo de assédio ou proposta indecente?
Eu não falo que seja uma proposta indecente, mas recebi sim. O 'Show de Calouros' foi na época uma das maiores audiências da televisão brasileiras e nós eramos jurados e ídolos. Nós povoávamos o desejo das pessoas. Me ofereceram um barco! Se eu soubesse quanto custava na época (risos)... porque eu não tinha a menor ideia. Também tive proposta de um apartamento de um empresário, que queria dar até um paraquedas para a minha irmã, que custava uma fortuna. Ele adorava a minha família e minha mão incentivava a namorá-lo. Era bilionário e ele me admirava porque eu disse não. Ficou amigo da família. O motorista pegava a minha irmã lá em São Caetano para levá-la a faculdade todos os dias. Ele me pedia em namoro e eu dizia não porque na minha cabeça eu estava me vendendo pra ele. Olha que babaca! Hoje, eu vejo que ele gostava de mim. Ele não está mais vivo. Ele não era idoso, não, e era divorciado.Quando eu começava fazer amizades com alguém da própria família do Silvio, eu me afastava porque não queria que ninguém dissesse que eu me aproximei por interesse. Tudo que eu tenho é a minha moral e isso eu tinha e tenho ainda na cabeça. A minha moral tem que estar intacta e isso eu tenho orgulho. Se muitos homens dizem que já saíram comigo, é mentira. Você que é jornalista sabe. Todo mundo sabe quem saiu com quem e eu creio que da Flor não tem um boato desse. Se alguém falou isso, é pura maldade.
E de mulher ?
Uma vez eu fiquei durante um mês em Spa e uma noite eu recebi uma ligação de uma mulher dizendo que queria ficar comigo, que era apaixonada e foi até meio indecente. Me senti lisonjeada e perdida porque eu nunca tinha recebido uma proposta de uma mulher. E ela disse 'deixei um Rolex na portaria de presente'. Minha mãe até brincou para eu ir lá, pegar o relógio porque a menina gostava de mim, mas eu não fui, não. Ela dizia que eu só precisava dar atenção, não era para sair, mas o meu medo era alguém pensar que eu estava fazendo algo de errado, alguém me julgasse mal, eu morria. Foi a proposta mais 'caliente'. Hoje, eu recebo muitas propostas de jovens querendo me conhecer, mas eu já aviso que não tenho como sustentar (risos). Eu brinco, mas é verdade. Para quem já passou fome, ninguém quer mais alguém para fazer conta. A gente vê uns amigos da televisão que quando separam, ficam com as contas para pagar. Sério. Já passei por isso, não quero mais isso. Se não tiver mais do que eu nem vem. Não é que vai me bancar, mas se eu me afeiçoar, eu sei que não vou ter problemas futuros. Agora só tenho propostas de jovens.... adoro.
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Por que nunca casou? Nunca pensou em ter filhos?
Nunca me vi como mãe. Adoro criança e a minha irmã também não casou, não teve filhos. O meu irmão demorou para casar e eu sei que o amor é uma coisa que você constrói ao longo da convivência. As pessoas se apaixonam e aprendem a amar, mas a paixão passava e não vinha o amor. Também sei que de um namoro gostoso pode se transformar em amor, mas eu não tinha essa experiência. Adoro me vestir de noiva. Me chamou para vestir e provar um vestido de noiva, eu estou dentro. Gosto da festa e sou romântica. Não quis casar, mas sou romântica. Papai e mamãe tiveram problemas e nós tivemos uma infância muito difícil. O divórcio foi litigioso e eu vi a minha mãe chorar muito todos os dias. Eu sempre falei que só iria casar quando eu tivesse certeza. Eu cheguei a colocar aliança no dedo! O que fez eu não casar com ele foi que ele queria filhos imediatamente e eu ainda estava em ascensão no 'Show de Calouros'. Hoje, você sai e volta, mas naquela época era complicado. Era o único homem que eu teria casado, mas não era para ser. Foi a minha escolha, eu não me arrependo.
Já deve ter sido cantada por mulheres também. Te incomoda?
Já e não me incomoda, não. Se eu fosse interesseira estaria rica. Não me lembro o nome de uma amiga que era milionária e ela me pediu em namoro, mas respondi que era hetero. Ela, então, pediu para ser só amiga porque queria estar ao meu lado. Eu tinha total confiança nela. Quando você ama, você não força nada e respeita. Que pessoa maravilhosa. Ela encontrou uma amada, foi viver esse amor e nos nos distanciamos. Foi uma grande amiga. Nunca me incomodou. Ser desejado por alguém é maravilhoso.
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O que você teve com o Dudu Camargo?
O Dudu esteve no meu programa quando ele tinha 16 anos e ele já falava como Silvio Santos. Ele tinha tanta vontade de trabalhar na mídia... Achava ele meio apressado. A minha irmã falava que ele era ótimo, ela era diretora do programa e pensamos em contratá- lo para fazer fofocas, mas a Rede Família não quis. Ele trabalhou comigo no 'Conta aí, Flor'. O Dudu é um amigo. Tanto que nos meus aniversários, quem apresentava era ele. O SBT autorizava e ele apresentava. Eu ficava de convidada recebendo as homenagens. E aí a gente começou a dar selinhos quando nos víamos e virou uma curtição, uma brincadeira. Ele me vê como amiga e eu vejo como amigo. Eu brinco, 'o Dudu vai engrossar essas pernas', porque tenho intimidade. Ele é muito jovem e curte coisas que eu nem gosto mais de fazer. Hoje, eu curto ficar em casa. Foi só farra e selinho mesmo. Nem chegou no vuco-vuco.
E com o Tiago Ramos? Por que não teve vuco-vuco?
O interior não é como São Paulo. Eu ganhava bem, mas até hoje eu não consegui fazer o pé de meia que eu já tive na vida e esse é o meu objetivo agora. Está na hora de fazer o meu pé. Se eu tiver a benção que a Hebe Camargo teve de estar na televisão durante muito anos é um sonho, mas obviamente é importante ter um pé de meia para quem já passou fome. Então, eu não deixo ninguém entrar em um relacionamento porque eu sou aquela que se dedica, se entrega às paixões e, para ganhar dinheiro, você precisa ter foco. Me perguntam se eu não sinto falta. Não sinto. Depois que eu fiz alguns processos de autoconhecimento como 'Viver de Luz', que eu fiz de graça, eu não sinto falta. Eu não deixo ninguém entrar. Nem Tiago Ramos, nem ninguém. A pessoa tem que ser o escolhido porque eu sou uma mulher de fé e não de igreja. Não quero ninguém, não. Me sinto plena e eu falei que só se Jesus me mandar um cutucão e aí eu caso e vem morar comigo e com a minha irmã numa casa enorme. E aí já falei para ela colocar um fone no ouvido que eu vou descabelar o palhaço. Que coisa mais antiga (gargalha)! É bom ser feliz sem precisar de alguém para ser feliz. Não estou falando de sexo, estou falando de companhia.
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Você é uma mulher vaidosa?
Eu quero estar bem com o meu corpo. Eu fiquei muito tempo com obesidade. Queria emagrecer e não conseguia até descobrir que eu tinha um problema de tireoide e cortisol, que é o nome do estresse que não deixa você emagrecer. Eu comia alface igual elefante e não mudava nada. Não perdia um grama. Regulei o meu corpo e o tratamento funcionou. Levei dois anos emagrecendo com calma. O difícil é manter, mas eu aprendi a me reeducar. Nessa quarentena, relaxei. Confesso e agora estou correndo atrás do prejuízo. Tirei doce, tirei o trigo e estou me cuidando porque não esperava voltar a trabalhar tão cedo, mas, graças a Deus deu tudo certo, e quero que as mulheres me vejam como um exemplo bom. A minha vaidade é essa.
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