Renata Castro e Léo Castro - Divulgação/Sergio Santoian
Renata Castro e Léo CastroDivulgação/Sergio Santoian
Por O Dia
Eles são atores, trabalham juntos no 'Zorra', tem o mesmo sobrenome, Castro, e ainda são namorados. Pois é, sintonia e humor não faltam para Renata e Léo que estão curtindo data festiva dos apaixonados pela primeira vez. A dupla, que passou a dividir o mesmo teto na quarentena, criou os personagens Bia e Maurício para falar da convivência em tempos de pandemia: 'Diálogos Risíveis'
Queria saber como você começaram a namorar? Quem paquerou quem? Quem deu o primeiro passo?
Léo: Só nos conhecíamos de “oi” e “tchau” e tínhamos alguns amigos em comum. Quando entrei no “Zorra”, a Rê virou minha grande amiga, dividíamos as coisas boas e as angústias do dia a dia e isso nos aproximou. Quando ela se separou, fui o ombro amigo dela e quando me separei, foi a vez dela de me aturar (risos). Quando vimos não dava mais pra ficar longe. Obviamente eu paquerei ela primeiro, confesso. Fui eu que dei o primeiro beijo, ela não sabe nem de onde veio, mas ele achou o endereço certo (risos).
Renata: E eu confesso que eu não ofereci grandes resistências (risos). Mas demoramos pra perceber que tinha deixado de ser só amizade. Quando vimos era muito mais divertido quando estávamos juntos.

A gente conhece vários galãs que se envolveram como mocinhas, tiveram romances, filhos e pouquíssimos casais no meio do humor? O que vocês acham disso? Existe alguma uma explicação?
Renata:Gente, que pergunta difícil … Nunca nem tinha parado para pensar nisso … Talvez, não ter o clima romântico, o beijo cinematográfico na maioria das cenas de humor, não crie tanto essa atmosfera… Mas só acho!! Porque pra mim, senso de humor sempre foi mais atraente do que galanteios… Mas não acho que tenha a ver com ser de humor ou não, existem galãs e mocinhas extremamente divertidos.
Léo: Acho que o humor despe mais a gente, mostra mais a realidade, te coloca com menos glamour. E eu em particular adoro rir, adoro a ideia menos glamourizada das coisas… Não me imagino com alguém que goste mais da maquiagem do dia, do que de uma boa piada.

O lado bom e o lado ruim de trabalharem juntos?
Renata:Pra mim, o lado bom é, antes de tudo, que sou muito fã do trabalho do Léo. Além disso, a parceria, a compreensão da falta de tempo, da correria e dos assuntos… Só quem trabalha na televisão, num programa ágil como o “Zorra”, sabe o que é o dia a dia, e quando os dois estão vivendo a mesma realidade é um alivio. Acho que deve ser assim com outras profissões também. Além disso, poder pensar em projetos, discutir sobre o trabalho com o meu parceiro é delicioso. O lado ruim é que não consigo enrolar o Léo, se estou chateada ou irritada por qualquer coisa do trabalho ele sabe. E se estiver chateada ou irritada com ele, não posso dar a desculpa que é coisa de trabalho (risos).
Léo: O lado bom é que a gente troca informações o tempo todo. Discutimos as cenas, damos pitacos um no trabalho do outro. É divertido estar no mesmo elenco, passamos muito tempo juntos e isso é uma dádiva que poucos casais tem. A Renata tem um trabalho maravilhoso, então tiro meu tempo pra aprender com ela também. Entro no estúdio pra ver ela atuar. E o lado ruim é que qualquer coisa chata que aconteça no trabalho afeta os dois. Não tem o outro lado leve pra te acalmar quando você chegar em casa (risos) O problema acontece pros dois ao mesmo tempo (risos).
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O que a Renata tem ou faz que a maioria das pessoas nem imagina?
Léo: Ela tem uma mão de dar inveja a qualquer massagista profissional, mas é impressionante a capacidade que ela tem de ajudar as pessoas. Ela está sempre envolvida num esquema de ajudar fulaninho que precisa, pois a mãe também está doente e que o primo está hospitalizado e blá blá blá… Quando eu vejo, ela mobilizou pessoas que se envolveram com a solução daquilo e ficam todos bem. Sinceramente, eu sempre acho que não vai dar certo e adivinha, dá! Ela mobiliza as pessoas.
O que o Léo tem ou faz que a maioria das pessoas nem imagina ?
Ele faz uma massagem e um cafuné…(risos) E o Léo é uma enciclopédia ambulante! É impressionante, a quantidade de palavras e conhecimento que ele tira da cartola!!

O que um admira mais no outro?
Renata: O Léo é um pai incrível! É um cara carinhoso, atento ao outro, sonhador, inteligente, sensível e muito talentoso... É um apaixonado pela profissão e pela vida. Ele tem uma capacidade ímpar de olhar as situações de prismas diferentes do que eu tinha pensado. Ele me acalma. Fico impressionada como ele me conhece tanto, em tão pouco tempo... Aprendo muito com ele. Enfim… Ele facilita e alegra minha vida!
Léo: A capacidade que ela tem de enxergar as pessoas e as situações. Ela não faz política com as pessoas, ela tem empatia, usa isso pra entender e apoiar o outro. É carinhosa comigo, me escuta. Gosto do jeito que me vejo pelos olhos dela, me torno potente, com a capacidade de realizar qualquer coisa. Me fortalece.

E o que mais irrita?
Renata: Ele é teimoso! Cabeça dura!! (risos)
Léo - Ela lembra das coisas nos seus mínimos detalhes, então quando você disser algo trate de repetir tudo com as mesmas palavras no meio de uma discussão, ou ela vai te jantar (risos)

Um presente que ganhou e o outro errou feio?
Renata: Nossa… Acho que não teve nada que tenha errado feio… Não somos muito de presentes. Até porque logo que a coisa começou a engrenar, veio a pandemia!! (risos) Mas o Léo é bem atento ao que me chama atenção em algum lugar… e é ótimo em surpresas!!
Léo: Eita… Ela é boa nisso! Não teve nada que errou, ela é certeira! Já conhece meu gosto, lembro que ela me deu pulseiras de couro que eu amei e não tiro do braço. Ela é tão boa que acertou até nos tamanhos.

O que os dois pretendem fazer juntos depois que a pandemia acabar?
Renata e Léo: Tem uma lista grande de planos (risos). O primeiro é viajar, coisa que já estávamos planejando antes da pandemia. O segundo é montarmos um espetáculo juntos. É uma lista com mais de cem itens que nem sabemos por onde começar direito. E como a gente se conhece bem, bem provável que a gente comece indo ao cinema ver um filme brega comendo pipoca (risos).

Nesta pandemia, muitos casais não aguentaram e se separaram. Com vocês, está rolando um projeto novo... Qual é o segredo?
Renata e Léo: Paciência, compaixão, manter a admiração e não deixar a rotina tomar conta de nós. Mas sabemos que pra casais com muitos anos de casado o exercício é bem maior. Qualquer confinamento gera stress, mau humor e uma visão ampliada das coisas negativas. O que tentamos todos os dias é focar no que a relação tem de melhor e tentar dar espaço ao outro mesmo trancados na mesma casa. É preciso manter a individualidade em qualquer relacionamento, seja ele novo ou antigo. E beijem-se sempre que possível (risos)

Podem falar um pouco “DR – Diálogos Risíveis”?
Renata: É um projeto que começou sem nenhuma grande expectativa. Era para ser uma brincadeira nossa, nas redes sociais, que acabou indo parar como proposta para o Gshow e, em seguida, para o “Zorra”. É tudo muito novo e ainda estamos entendendo como vai funcionar, mas tem dado certo. As pessoas têm gostado e ter a equipe do “Zorra” com a gente fez o projeto crescer e ganhar qualidade. A princípio é para ser um programa da quarentena, mas tenho que confessar que adoraria que ele continuasse depois e ganhasse vida pós pandemia! Até porque é um casal discutindo situações de dia a dia. Uma coisa que é comum em todo relacionamento. Pós-pandemia, acho que ainda teremos muito pano na manga pra discutir. E, fazer isso com humor, é sempre melhor.
Léo: É a fórmula certeira pra atingir o público. Trata-se de uma série de cenas que colocam os dilemas de um casal no meio da quarentena, em casa. Identifica todos os casais brasileiros. Não existe relação sem uma boa DR, e daí nasce o “Diálogos Risíveis”. Os assuntos mais banais e os mais sérios estão na boca de Maurício e Bia (nossos personagens da série). Um casal comum com dilemas comuns tratados de uma forma diferente. É pra se divertir! E o Gshow apostou nessa ideia, logo em seguida o “Zorra” voltou a fazer cenas remotas e também resolveu apostar. Hoje somos um filho que tem dois pais, isso é o que eu chamo de família moderna (risos). O conteúdo sai no meio da semana pelo Gshow e vai ao ar no sábado pelo “Zorra”. Esse casamento é o melhor dos mundos pra nós e para o público, todos saem ganhando. Acho que é decerto um bom entretenimento para essa quarentena e até pra depois dela.
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Como apimentar uma relação de namorados enfrentando uma pandemia, quando nós mulheres temos que nós virar porque deixamos de fazer coisas que adoramos como depilação, unha, cabelos, sobrancelha?
Renata: Com certeza com criatividade! No começo, isso também foi uma questão para mim. Até porque estávamos no começo de namoro. No nosso caso era até mais tranquilo, já que por conta do nosso trabalho, nos vemos das formas mais estranhas, como, por exemplo vestidos de E.T, povo das cavernas … Mas qual é a mulher que não quer estar bonita para o namorado? Não quer estar se sentindo bem? Com o passar do tempo, fui percebendo que isso não podia ser o mais importante. Tinham tantas coisas mais sérias acontecendo lá fora, estava tudo tão confuso, que fui aprendendo a fazer essas coisas em casa mesmo. E sabe o que comprovei? Que homem não liga mesmo pra essas coisas. Pelo menos não como nós mulheres acreditamos por tanto tempo. Me cuido, em casa, porque eu gosto de estar depilada, com a unha feita… De resto, a gente capricha no carinho, no beijo, na leveza da coisa, que tudo vai bem! (risos)
Léo:Eu não sei o que ela está fazendo, mas seja lá o que for está dando certo. Com esse sorriso, eu não vejo mais nada.

Quando voltam a gravar o Zorra? Existem alguma novidade ou alguma mudança por conta da saída do Marcius Melhem?
Léo e Renata: Os protocolos de segurança estão sendo pensados mês a mês. Até o momento não temos data prevista pra retorno. Por enquanto, seguimos gravando em casa. O “Zorra” pára agora em julho e volta ao ar em agosto com novidades imperdíveis ainda neste formato. A princípio, o programa continua andando como sempre andou. E tem grandes novidades no elenco que agregarão ainda mais valor ao “Zorra”.
Como é fazer humor neste momento difícil que atravessamos não só por conta da pandemia, mas por conta da crise politica, social, racismo?
Léo: É o momento perfeito para o humor. Ele nasce e ganha força quando estes assuntos precisam de evidencia e de reflexão. E humor tem a capacidade de espelhar a sociedade no seu melhor e no seu pior, isso nos dá a oportunidade de bater no opressor e não no oprimido. A política é piada pronta, não precisamos nos esforçar, às vezes é até difícil colocar uma lupa em algo tão absurdamente escancarado. Outras questões exigem trabalho árduo, pois sabemos que estão culturalmente arraigadas na nossa história enquanto país. Sigamos trabalhando.
Renata: Confesso que estou precisando ter estômago para lidar com tudo que está acontecendo… Mas acredito que o humor seja uma das formas de abordar esses assuntos e fazer pensar. Acho que ele sempre foi fundamental para tocar nessas feridas. E nesse momento em que essas feridas estão abertas, ele é uma maneira que temos de expurgar todo esse absurdo.
Léo: O humor nasce e vive de criticar e apontar as situações controversas do mundo. É libertador, em um momento como esse, poder falar, criticar e se posicionar contra todas as formas de abusos que estamos vivendo. Sempre achei que com humor ficava mais fácil olhar para vida. Mas andamos tanto pra trás que está difícil fazer piada… Mas continuarei tentando, com o meu trabalho, mudar alguma coisa dentro de uma pessoa que seja, para termos um mundo mais justo. Escolhi o meu trabalho pra tentar fazer alguma diferença e vou seguir tentando!

Alguma comemoração especial? O que gostariam de fazer no Dia dos Namorados?
Renata: Vamos passar gravando! Em casa, claro. (risos) O que é ótimo porque adoramos! E quando acabar, vamos fazer o de sempre: ver TV, comidinha feita por nós, muita risada e carinho.
Léo - Um vinho cai bem. De resto, o de sempre porque sempre é bom!

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