Um estudo sobre o Empreendedorismo Negro no Brasil, realizado pela aceleradora de empresários negros PretaHub, em parceria com a Plano CDE e o JP Morgan, fez um levantamento e descobriu que os empreendedores negros no Brasil estão divididos em três perfis: necessidade (34%), vocação (35%) e engajamento (22%). Ou seja, os 34% são aqueles que entram no mundo dos negócios por necessidade, falta de dinheiro ou porque estão desempregados; 35% são profissionais qualificados e especializados; e por fim, os 22% são empreendedores que exercem atividades auto afirmativas, voltadas para o público afro.
Durante entrevista no programa Superpop, com Luciana Gimenez, o empreendedor e autor Douglas Araújo contou sobre as dificuldades de se empreender nos dias de hoje no Brasil. Uma das maiores dificuldades para o negro abrir um negócio no Brasil é o acesso ao capital. Uma prova disso é que 32% já tiveram crédito negado sem explicação, mesmo com nome limpo, segundo o estudo.
Douglas integra os 35% dos empreendedores negros, aqueles que empreendem por vocação. Sua atuação é basicamente no segmento imobiliário, no qual relata também uma certa dificuldade por ser negro. “Quando vou fazer negócios imobiliários, mesmo interessado em comprar o imóvel à vista, sempre tenho que fazer uma ginástica tremenda para provar que tenho condições de adquirir o apartamento, casa ou sala comercial. A negociação é sempre feita com muita desconfiança e constrangimento. A tratativa só muda quando o capital financeiro do imóvel é transferido para os proprietários”, conclui.