Por O Dia
Com todo avanço tecnológico, com a agilidade da informação e facilitadas formas de comunicação, como está difícil parar e ouvir o outro. No Evangelho de hoje, Lucas narra acerca de Jesus que, enquanto está a caminho rumo a Jerusalém, entra em uma aldeia e é acolhido na casa de duas irmãs: Marta e Maria. Ambas oferecem acolhimento ao Senhor, mas fazem de maneiras diferentes. Maria senta-se aos pés de Jesus e ouve sua palavra, enquanto Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa.
Na correria do seu cotidiano Marta corre o risco de esquecer o mais importante, ou seja, a presença do hóspede, que neste caso era Jesus. E o hóspede não deve ser simplesmente servido, alimentado e cuidado. É necessário sobretudo que seja ouvido. Porque o hóspede deve ser acolhido como pessoa, com a sua história, com o seu coração rico de sentimentos e de pensamentos, de modo que possa sentir em família.
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Entendida deste modo, a hospitalidade parece ser verdadeiramente uma virtude humana e cristã, uma virtude que no mundo de hoje é descuidada. Até em nossa própria casa, entre os familiares, pode acontecer que se encontrem mais facilmente serviços e cuidados de vários gêneros em vez da escuta e do acolhimento.
Hoje, andamos totalmente ocupados, com tantos problemas — alguns dos quais não são tão importantes — que deixamos de ter a capacidade de acolher. Andamos continuamente atarefados e assim não temos tempo para ouvir.
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Os esposos têm parado para conversar? Pais, vocês tem escutados os seus filhos? E os avós, que muitas vezes dizem sempre a mesma coisa, quem dá atenção e realiza um verdadeiro acolhimento? Peçamos a Deus que aprendamos a ouvir e a dedicar tempo à escuta. Na capacidade da escuta está a raiz da paz.
Padre Omar é reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado
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