Dr. Serginho - divulgação/Alerj
Dr. Serginhodivulgação/Alerj
Por CÁSSIO BRUNO
Sérgio Luiz Costa Azevedo Filho, o Dr. Serginho, de 38 anos, é líder da conturbada bancada do PSL na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Advogado, o parlamentar está no primeiro mandato. Foi eleito com 26.906 votos. Apesar de ter sentado na cadeira há apenas nove meses, já tem outras pretensões políticas: é pré-candidato a prefeito de Cabo Frio, na Região dos Lagos. Em entrevista à coluna, o deputado, ex--PSDB, afirma que o PSL, após a briga entre Bolsonaro e Witzel, é oposição ao governador do Rio. Isso embora alguns colegas de legenda não estejam seguindo a cartilha do presidente da República. “Não tenho conhecimento de deputados com cargos (na gestão Witzel)”, desconversa. 

O DIA: Qual foi a orientação que o senhor recebeu após o presidente Jair Bolsonaro romper com o governador Wilson Witzel?

DR. SERGINHO:
Na verdade, não houve uma orientação. A gente avalia o caso e segue a ordem natural das coisas em que a bancada do PSL fica ao lado do presidente Jair Bolsonaro nessa briga que existe hoje.
Quais as dificuldades que o senhor está enfrentando para que a bancada siga essas orientações? 

A bancada tem um compromisso com o Estado do Rio antes de qualquer coisa. Dependendo da matéria, existe uma liberdade para que os deputados avaliem de acordo com a sua consciência naquele momento. Não há nenhuma dificuldade no encontro de líder com a bancada (do PSL). 

Sim, deputado. São 12 parlamentares na bancada do PSL e o grupo Bolsonaro rompeu com o governador Witzel. Imagina-se que, no momento que você rompe, a bancada, teoricamente, teria de seguir o presidente, não? 
Exatamente. Mas hoje o PSL está junto com o governo Jair Bolsonaro.

Nem todos. 

A gente não teve uma pauta que mostre que eles são oposição ao governo (Witzel). Na última sessão das mensagens do governo, já tinha tido prorrogação dos decretos parlamentares financeiros do estado. Nove deputados assinaram emendas favoráveis à prorrogação das posições que o governador solicitava. Três deputados não votaram essas emendas. Estou querendo te mostrar que não houve fechamento desta questão no PSL. Cada deputado vota de acordo com a sua consciência. 

Não é confortável falar apenas em “de acordo com a sua própria consciência”? Todos não deveriam seguir o presidente? 

O PSL é oposição. Somos Bolsonaro e aqueles que não o fizerem estão indo contra ao presidente. 
E o senhor já sabe quem não está a favor do presidente? Quais são esses deputados dentro do PSL? 

A gente não sabe porque não fechamos nenhuma questão. Mas, se fecharmos uma determinada matéria e o deputado não seguir, ele estará indo contra a orientação. Eu sou oposição. O PSL é oposição. Quem está indo a favor do governador está descumprindo a orientação do Jair Bolsonaro de uma maneira natural.

Como a bancada reagiu à briga do presidente Bolsonaro e de Witzel?

Com surpresa.

Por quê?
A forma como foi. Eu não tinha conhecimento do fato. Foi um fato novo, né? E, ao nosso ver, um fato sério. 

Por que alguns deputados do PSL continuam mantendo cargos no governo Wilson Witzel?

Eu não tenho conhecimento de deputados que mantenham cargos. O Gustavo Schmidt, o pai dele, na Cedae, é servidor efetivo e está lá por questões técnicas. E o pai do Alexandre Knoploch, com a mesma justificativa que não foi por indicação dele.

Então, realmente, o senhor, como líder da bancada do PSL, acredita mesmo nesta história de que ninguém do partido tem cargo no governo Witzel? 
Bom, aqueles que eventualmente têm, precisam entregar os cargos. 

O senhor apresentou uma emenda proibindo que o Witzel gaste dinheiro com viagens e inaugurações pelo menos durante a crise financeira. O Alexandre Knoploch e o Rodrigo Amorim votaram contra.

É um posicionamento pessoal deles. Não existia fechamento da questão no PSL sobre essa matéria.

O senhor, como líder de bancada, não buscou saber o motivo deles? Não tomou nenhuma medida quanto a isso?

A justificativa foi de que eles eram contrários. Como não fechei a questão, eles tiveram a liberdade.

Sim, mas e aí? Witzel e o Bolsonaro são adversários. A bancada toda deveria seguir a orientação do Bolsonaro contra o Witzel.

Exato. Mas existem matérias que não são do Witzel. São do estado. O PSL não se opõe ao estado. 

Mas essa emenda das viagens e inaugurações é direcionada ao Witzel. 

O Alexandre Knoploch e o Rodrigo Amorim entenderam que (a emenda) era contra o estado do Rio. Diferente seria se fosse uma orientação da liderança. Mas eu não fiz.
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