O presidente da República, Jair Bolsonaro - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente da República, Jair BolsonaroDIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Por O Dia

Depois de um início de mandato marcado por uma relação conturbada com o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro inicia o segundo ano de governo em busca de uma marca na área social. Por ora, os planos preveem reformular programas criados durante gestões petistas, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, que devem ser ampliados e mudar de nomes. Além da busca por uma bandeira social, o segundo ano da gestão Bolsonaro deve ter trocas de comando em ministérios considerados estratégicos, que não apresentaram resultados esperados pelo governo.

O núcleo político avalia que a falta de uma agenda social é o maior problema de Bolsonaro, que tem enfrentado queda de popularidade. Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada no último dia 20, a porcentagem de brasileiros que consideram a gestão ótima ou boa caiu de 35%, em abril, para 29%. Já a parcela que avalia o governo como péssimo ou ruim subiu de 27% para 38% no mesmo período. Outra pesquisa, do Datafolha, revela que a avaliação positiva do governo é maior entre quem ganha mais de cinco salários mínimos e menor entre quem ganha menos de dois.

mais perto dos pobres

O interesse por pautas sociais teria o objetivo, portanto, de tentar se aproximar da população mais pobre, especialmente no Nordeste, onde o PT e também o ex-presidente Lula ainda têm força.

Se tudo for como o planejado, a ideia é lançar até maio um Bolsa Família turbinado e rebatizado _ uma das possibilidades é que se chame Renda Brasil. Segundo dados do governo, o programa atende hoje 13,5 milhões de famílias com renda mensal inferior a R$ 178. "Queremos a ampliação, construir portas de saída (criar condições de o beneficiário deixar o programa)", disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Objetivo no ano é elevar os índices de emprego
Publicidade
O presidente Bolsonaro fez um pedido aos ministros para que, ao longo deste ano, invistam em ações voltadas à geração de empregos, o que também impacta a área social. O governo tenta aprovar a Medida Provisória do Emprego Verde e Amarelo, que deve passar por modificações no Congresso. Um dos pontos passíveis de mudança é a taxação do seguro-desemprego.
Ainda na economia, o Planalto aposta na aprovação da reforma tributária, apresentada como complementar às mudanças na Previdência. Com mais dificuldades de aprovação do que as propostas de alterações em impostos, projetos prevendo uma reforma administrativa e um pacto federativo podem acabar ficando para 2021.
Publicidade
"O ano mais difícil de um governo é sempre o primeiro e há mesmo caneladas daqui e dali. Isso é natural. Mas tenho esperanças de que 2020 será mais sereno", disse o ministro da Secretaria de governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso. "Estamos buscando construir a famosa base aliada e temos duas preocupações para 2020: criação de empregos e políticas sociais."
Publicidade
Apoio do povo à democracia cai
Ao fim do primeiro do ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro, caiu de 69% para 62% o apoio à democracia pela população brasileira como melhor forma de governo, segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje. Em contrapartida, subiu de 13% para 22% a parcela da população que não vê distinção entre democracia e a ditadura, sendo que 65% dos entrevistados disseram nunca ter ouvido falar no Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Publicidade
A pesquisa Datafolha foi realizada entre os 5 e 6 de dezembro de 2019 e ouviu 2,948 mil pessoas, em 176 cidades. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo. A pesquisa anterior sobre o mesmo tema havia sido realizada na semana do primeiro turno, em outubro de 2018.
Publicidade
'eu Quero começar o ano bem', afirma
Bolsonaro declarou ontem que deseja "começar bem" 2020, sem falar com a imprensa. O presidente não parou para conversar com os jornalistas quando saiu do Palácio da Alvorada para cumprimentar o público. Chamado pela imprensa respondeu: "Eu quero começar bem o ano".
Publicidade
Usando uma camiseta do Futebol Clube Cascavel de número 17, Bolsonaro saiu para cumprimentar brevemente o público em frente à residência presidencial. Não há previsão de agenda oficial de Bolsonaro para os próximos dias.
O presidente passou o Réveillon no Palácio da Alvorada com a primeira-dama, Michelle, e a filha do casal, Laura. Nas redes sociais, ele desejou "que o Brasil possa continuar seguindo o caminho da prosperidade e que este seja um ano tão vitorioso para o povo brasileiro quanto foi 2019".
Publicidade
Você pode gostar
Comentários