Luiz Antonio Teixeira Jr - Paulo Pessanha
Luiz Antonio Teixeira JrPaulo Pessanha
Por Alexandre Braz

O presidente do Progressistas no Rio de Janeiro, Francisco Dorneles, de 85 anos, dará início ao plano de passar o comando do partido no estado para o deputado federal Luiz Antônio Teixeira JR, o Dr. Luizinho, conforme vinha planejando há algum tempo. Com propostas que defendem o liberalismo econômico e um "estado necessário", o novo líder da legenda assumirá o posto gradativamente. A intenção é clara: tornar o partido protagonista no Rio de Janeiro. "Queremos ser uma força política mais importante no Rio. Queremos recuperar nosso espaço", afirma Luizinho. Ele diz ainda ser "um desafio ampliar a participação das mulheres" nos quadros de membros do partido. Confira abaixo outros trechos da entrevista.

O DIA: Como têm sido as conversas para a sucessão de Francisco Dorneles no comando do Progressistas no Rio?
Luiz Antônio: Francisco Dorneles - nosso presidente estadual do partido -, me pediu para fazer a coordenação da sigla. O objetivo é organizar o partido em cada cidade do estado do Rio, cuidar de cada nomeação, as tomadas de decisões, candidatos a prefeito, chapas que vamos apoiar, coligações que faremos. Enfim, todo um trabalho organizacional para iniciar um processo de sucessão dentro do partido. Hoje temos dois deputados federais eleitos, Cristino Áureo, e eu. O Dorneles é alguém com um lastro que na nossa república, creio que ninguém tem igual. Ele quer fazer essa sucessão. Nós faremos e será de acordo com o tempo dele. Vamos ouvir a experiência dele para tomarmos as definições, para o partido crescer dentro do Rio de Janeiro. Queremos ser uma força política mais importante no Estado do Rio.

Na opinião do senhor, por que o Progressistas perdeu espaço no Rio de Janeiro nos últimos anos?
Francisco Dorneles foi vice-governador de Luiz Fernando Pezão. Nós temos dois deputados federais e dois estaduais. Nós fomos fortes em outras regiões do estado nas últimas eleições e perdemos a capilaridade em outras, como é o caso da capital. Queremos recuperar nosso espaço. O momento mostra que o caminho do país é o caminho do centro. E, principalmente, tem de ser o caminho do progresso, que é a nossa bandeira. Temos que caminhar para a moderação. Essa é, ao lado do progresso, a nossa principal bandeira.

Qual o passo inicial do partido em busca desse crescimento?
Temos um grande desafio, que começa por uma reunião com todas as grandes lideranças do partido, as que já temos e as que virão. Temos em mente o desenvolvimento de um grande trabalho para a ampliação da participação da mulher progressista. É um desafio ampliar a participação das mulheres em nossos quadros. É um dos nossos focos principais, as mulheres e também os jovens.

Como capacitar os jovens para a administração pública?
Espero começar em março um programa de capacitação dos nossos candidatos da eleição de outubro. Será uma iniciativa para que eles tenham o nosso apoio, o nosso suporte para iniciarem os mandatos deles. Porque eu vejo muitas pessoas eleitas sem qualificação, sem conhecimento técnico do cargo. Vamos conseguir brilhantismo com estes nomes que forem eleitos. Queremos um protagonismo no estado. A vida das pessoas começa em suas cidades, em seus municípios, e nossos prefeitos estarão preparados para seus mandatos.

O senhor é favorável às privatizações das empresas públicas?
Eu sou a favor do estado 'necessário'. Sou a favor das privatizações. O estado está dentro de assuntos que não são as ações primordiais dele. Dentro das ações primordiais não estamos atuando. Sou a favor da reforma administrativa, da liberdade econômica. Fui a favor da reforma da Previdência, principalmente de uma reforma mais justa para quem ganha menos. Precisamos investir forte na educação, na educação básica e técnica. Eu sou, por exemplo, fruto da educação. A grande saída do Brasil será pela educação.

O Progressistas foi muito citado na operação Lava Jato. Como restaurar a imagem do partido?
Não é algo que traga preocupação. Todos os grandes partidos brasileiros que exerciam protagonismo naquele momento tiveram algum membro envolvido por acusações. O importante é que nosso partido tem compromisso com o Brasil. Precisamos superar e olhar para frente. A nossa prática diária é que vai provar o nosso compromisso com o país.

Qual a principal pauta do senhor para a volta ao trabalho agora em 2020?
Temos uma pauta muito importante. A Agência Nacional de Transportes Terrestres e o Ministério da Infraestrutura querem fazer a duplicação da Rodovia Presidente Dutra de maneira fracionada. É um plano que para mim está errado. A Concessão termina em fevereiro de 2021 e se não entrarmos nesta discussão com muita força, ficaremos para trás novamente. O trecho da Baixada Fluminense deveria ter sido duplicado pela CCR Nova Dutra e não foi. Não dá para deixarmos esta discussão para lá. Estamos conversando com todos os prefeitos da região Se não houver um novo planejamento, temos a ideia de ingressarmos no Supremo Tribunal Federal para impedir um modelo de concessão que prejudicará e muito o estado do Rio, o sul-fluminense e a Costa Verde. Tivemos com os deputados Cristiano Áureo, com o Hugo Leal, o Alexandre Serfiotis, Juninho do Pneu e estamos contra este modelo. Ele coloca o Estado do Rio de joelhos para São Paulo.

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