Rafael Portugal - João Caldas Filho/Divulgação
Rafael PortugalJoão Caldas Filho/Divulgação
Por Juliana Pimenta
Rio - Sucesso no teatro, na TV, no cinema e na internet, Rafael Portugal atribui suas conquistas à criação que recebeu no subúrbio carioca. “A formação do meu caráter tem base total no subúrbio. Tenho muito orgulho de ser nascido e criado em Realengo. Falo isso sempre que posso. Digo que os meus amigos são muito mais engraçados do que eu e tenho histórias incríveis por conta de todas as coisas incríveis que vivi com esses caras. E eu não tenho a menor dúvida de que isso contribuiu demais para as coisas que eu faço no trabalho”, explica o humorista de 34 anos, em cartaz com o espetáculo solo ‘Eu comigo mesmo’, no Teatro Miguel Falabella, no Norte Shopping, no qual fala sobre seu estilo de vida.

E o jeito simples permanece até na hora de fazer uma balanço sobre a carreira. “Eu não sei se eu já conquistei tudo. Aliás, eu nunca fui uma pessoa de focar em conquistar sonhos. Eu acho que o meu sonho sempre foi poder trabalhar como ator e ele é realizado todas as vezes que eu faço um trabalho novo. Então eu não sei se são conquistas de sonhos, mas é um sonho diário. Eu vivo sonhos o tempo inteiro”, destaca um dos atores mais requisitados do momento.

Porta dos Fundos

Mas, mesmo com todos os elogios e prêmios que recebe, Portugal é humilde ao comentar sobre a proporção que seu trabalho ganhou nos últimos anos. O ator afasta, inclusive, a pecha de melhor comediante da atualidade. “Eu sou o maior nome? Não sei. Estou muito feliz com tudo o que tenho feito e que tenho vivido. Eu acho que de fato a ficha não caiu. Todas as vezes que eu faço um trabalho é incrível e eu vejo a resposta do público. É sempre tudo tão legal, tão positivo. E eu tenho vivido as coisas que têm acontecido. Mas não fico pensando muito nisso. Estou feliz de ter ganhado um prêmio de melhor comediante em 2018 e para mim já foi sensacional”, destaca o ator que figura entre os principais nomes do Porta dos Fundos, ao lado de Fábio Porchat e Gregório Duvivier.

E, foi trabalho com o ‘Porta’ que rendeu ao humorista o Emmy Internacional 2019, pelo Especial de Natal produzido no ano anterior. “Eu estava apreensivo, mas acreditando até o fim que a gente poderia ganhar. É um prêmio internacional, então sempre rola a dúvida. Foi muito emocionante. Acho que a gente vai continuar comemorando isso alguns anos ainda sem acreditar”, revela o ator que aproveita para agradecer o carinho dos fãs.

“Eu tenho sido muito parado na rua. Isso é muito legal. Quando eu fazia parte do canal de humor Parafernalha, eu era parado por uma galera mais jovem. E depois, com Porta dos Fundos, comecei a receber atenção de um pessoal um pouco mais velho. Fui sentindo o público mudando e hoje eu vejo da criança até o senhorzinho e é muito bom ver esse reconhecimento”, conta.

Mudança de ares

Mas quem estava acostumado a ver Rafael Portugal em personagens cômicos se surpreendeu com o papel do ator no filme ‘Carcereiros’, que acabou de sair dos cinemas. Para o comediante, a experiência foi um marco na sua carreira “Foi diferente de tudo o que eu já tinha feito na vida. Foi muito legal e um susto, porque fui convidado um dia antes das gravações. Então eu tava meio confuso, mas emocionado. Foi uma mistura de sentimentos e uma experiência muito legal. O que eu vivi ali realmente ficou marcado para a vida”, diz o ator, que fala que o espanto foi compartilhado pelo público.

“Eu senti isso já pelo trailer. Quando comecei a divulgar, senti que muita gente estava rindo, obviamente porque estão acostumados a me ver fazendo humor em tudo. No entanto, eu venho com outra proposta: um médico religioso, presidiário e que faz parte de uma ala que não é violenta. Apesar de todo o desespero que existe na prisão durante o filme, meu personagem é sempre mais tranquilo”, conta.