Fábio Pannunzio - Reprodução TV
Fábio PannunzioReprodução TV
Por iG
A Band tem vivido uma verdadeira crise em sua programação. Antes referência no esporte, aos poucos a emissora paulistana foi perdendo o posto, e nos últimos anos apostou em atrações voltadas para o entretenimento.

Mas nem isso deu certo e a Band chegou a 2019 com programas em baixa. A crise se agravou em fevereiro com a morte de Boechat, e chegou ao limite na última semana, com a saída de Fábio Pannunzio.

O jornalista chegou a ser cogitado para o lugar de Boechat, mas continuo no “Jornal da Noite” , onde ganhou notoriedade por ser crítico ao governo. Em meio a discussões, inclusive com o secretário de governo do presidente Bolsonaro, Pannunzio anunciou sua saída, mas garantiu que o motivo era sua saúde. Ele sofreu um infarto na emissora há cerca de um mês e fez uma cirurgia de emergência.

Com isso, o canal paulistano teve que repensar sua estratégia no jornalismo. Nesta segunda-feira (09) começou a ir ao ar no horário nobre o “Band Notícias”, apresentado por Rafael Colombo e Cynthia Martins. Para ser competitivo com os concorrentes, mesmo sem a mesma estrutura, o jornalístico aposta em correspondentes na Europa e na China.

Para liderar essas mudanças, Rodolfo Schneider assumiu o cargo de diretor executivo de jornalismo. De acordo com o Meio & Mensagem, o antigo detentor do cargo, André Luiz Costa, entra para uma nova divisão do canal: mídias sociais.

A ideia é potencializar a presença on-line da Band e garantir melhores resultados no digital. Inicialmente ele deve apoiar as equipes nesse processo, mas a ideia é que a emissora desenvolva novos negócios multiplataforma.

Em um comunicado interno divulgado pelo Meio & Mensagem, o objetivo das mudanças é “adequar jornalismo, esportes e entretenimento às novas necessidades de produção, distribuição e comercialização, que se impõem de maneira veloz, complexa, não linear e disruptiva”.
Tentativa e erro
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Não dá para dizer que a Band não tem tentado fazer mudanças. Ao contrário da Globo, que levou anos para entender que precisava renovar sua programação e só agora se mexe para criar novos programas, a Band fez ofensivas agressivas para dominar novos públicos.

Em 2018 Amaury Jr, Roberto Justus e Cátia Fonseca foram as três principais apostas para o entretenimento, mas Amaury acabou não vingando e já saiu, Justus não deu audiência e Cátia não conseguiu superar o “Mulheres”.

Datena também migraria para o entretenimento, mas logo depois de ganhar uma atração aos domingos saiu para se candidatar a senador, o que ele desistiu em seguida e retornou para o canal, já sem o dominical.

José Luiz Lacombe, que em 2017 comandou o bom, porém sem repercussão “Exathlon Brasil”, agora ganhou espaço nas manhãs ao lado de Silvia Poppovic. Os dois apresentam o “Aqui na Band” , que já substitui outra aposta fracassada: o “Superpoderosas”, que ficou no ar por pouco tempo. Mas a atração atual não dá sinais de melhora e passou de um ponto apenas quando Neymar pai participou no auge da acusação de estupro envolvendo o filho.

Já Joel Datena ganhou um programa também as manhãs, mas sem transmissão nacional. O “Bora SP”, com uma linguagem menos informal que os concorrentes, tem também Laura Ferreira como apresentadora e ainda mantém uma média pouco acima de 1 ponto.

Com essas novas mudanças, a Band deixa o entretenimento de lado e foca, novamente, no jornalismo.