Priscila e os filhos, Theo e Ben - Monica Dantas
Priscila e os filhos, Theo e BenMonica Dantas
Por Priscila Correia
Horas de trabalho de parto, sutura da cesárea, seios sangrando no início do aleitamento, noites mal dormidas… Apesar de tudo isso, nada dói tanto numa recém-mãe quanto a pressão para se mostrar uma super mulher: sorridente, politicamente correta, magra e com a autoestima lá em cima – ainda que longe dos holofotes da mídia como uma princesa, mas diante das câmeras escondidas desta sociedade que é a mais analítica de todos os tempos.
Ser mãe é ser julgada a partir do momento em que o cordão umbilical com o seu filho é cortado. Ou antes, ao decidir a via e a forma do parto. E não é preciso ser famosa ou fazer parte da família real para entrar na berlinda. Seja Kate, Megan ou carioca da gema, questionamentos sobre o salto na saída da maternidade ou o tamanho da barriga no pós-parto serão apenas os primeiros.
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O reality show que a maternidade traz é diário e contínuo. O tempo de mamada, a forma de educar, o que se posta nas mídias sociais, o quanto se gasta numa festa, o lanche que se manda para a escola, o desenvolvimento da criança em cada fase, quantas atividades extra classes ela faz, que tipo de desenho animado assiste na televisão, que roupas usa, se joga futebol ou se brinca de boneca. Independentemente da opção que escolhemos para educar e maternar ao longo da vida, sempre, digo SEMPRE, haverá julgamento e estaremos erradas! Ou pelo excesso ou pela falta, pelo zelo ou pela superexposição, pela dor ou pelo amor. 
Temos e superamos muitas dificuldades. Vivemos num tempo imediatista em que é preciso ser malabarista para dar conta de tudo: trabalho, filhos, casamento, rótulos, estresse, obrigação de agir de forma politicamente correta, educar os filhos sem falar alto, colocar o pequeno no cantinho do pensamentos por segundos milimetricamente medidos, não permitir demais, não criar "na bolha", não ser amiguinho, não ser ditador de regras. 
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Ufa! É preciso se libertar dessa ideia de que existe apenas um único jeito de ser mãe. Não existe certo ou errado na hora de criar um filho, não existe uma única fórmula ou guia que deva ser seguido. A verdade é que nenhum manual no mundo conhece a realidade de cada mãe e sua criança. 
Portanto, se você anda sentindo que tem 1.000 câmeras para avaliar como desempenha seu papel de mãe, lembre-se que o único voto que importa nesse Big Mother que vivemos hoje é o do seu filho. E o melhor julgamento é dado quando você ouve a voz mais importante da sua vida: a do seu coração. Feliz todo dia, feliz Dia das Mães!