Samuel Abugoche e o filho Lucas, 14 anos - Aventuras Maternas - Divulgação
Samuel Abugoche e o filho Lucas, 14 anos - Aventuras MaternasDivulgação
Por O Dia

Rio - Há algumas décadas, mães e pais tinham papéis bastante distintos dentro de uma família: enquanto eles basicamente cuidavam do dinheiro, cabia a elas todo o "resto", inclusive a maior responsabilidade sobre a criação dos filhos. Mas os tempos mudaram e, hoje, cada vez mais, homens e mulheres têm o mesmo papel na vida das crianças, morando ou não sob o mesmo teto.

Na casa do advogado Douglas Costa, pai de dois meninos de 7 e 1 ano, as atividades são compartilhadas. Ele e a mulher, ambos empresários, montam a rotina de acordo com a necessidade da família: ele fica mais com as crianças em parte da manhã e à noite e a esposa, na parte da tarde. "Não acho que as tarefas devam ser divididas, pois quem está com as crianças tem que estar livre para decidir o que for necessário naquele momento. Porém, a forma de criação e as atividades devem ser feitas por todos sempre que possível. Acho muito bom quando é a mãe que joga futebol, anda de skate e faz esportes com os meninos, enquanto eu estou na cozinha fazendo o almoço ou jantar", conta. E vai além: "Não existe nada que só o pai ou a mãe possa fazer. Existe o que a família pode ou não fazer junto", completa.

Já André Silva, pai de uma menina de 8 anos, tem a guarda compartilhada desde que a filha tinha apenas 1 ano de idade. Para ele, ficar junto apenas aos finais de semana intercalados nunca foi uma opção. "Eu e minha ex-mulher tivemos muitos problemas no início, até chegar a um acordo. Estabelecemos tempos exatamente iguais para os dois, inclusive férias e datas comemorativas. Hoje, a rotina é mais baseada no que minha filha quer fazer e com quem quer ficar em um determinado dia, como no final de semana passado, que seria o da mãe, mas ela quis ir comigo a um evento de games, uma paixão que nós dois temos. Seguimos com o que foi acordado, mas há dias que são exceções e respeitamos a vontade dela sem nenhum problema", comenta.

E quando a criação fica somente com um lado? Esse foi o caso de Samuel Abugoche, pai de um menino de 14 anos, que tem sua guarda desde que ele tinha menos de 1 ano. "A partir do momento que um dos responsáveis diretos fica ausente, cabe a outra parte assumir, lutar e procurar, com os recursos que tem, a melhor maneira possível para criar seu filho", pontua.

Mas não foi fácil. Hoje, a mãe biológica tem algum contato - em média, 3 vezes por ano ele fica com ela nos fins de semana -, mas na infância foi bastante complicado. Mesmo com o amor e a atenção que a avó paterna e a companheira de Samuel, na época, davam para o menino, ele sentia, de alguma forma, falta da mãe. "Em um episódio na creche, eu percebi o quanto essa falta o deixava magoado e triste. Era uma homenagem ao Dia das Mães e só tinha eu de homem. Foi de doer o coração, pois ele dançou, cantou e depois chorou muito", comenta.

Com o tempo, o filho passou a enxergar a segunda mulher do pai como mãe, tanto que, apesar da separação do casal, o adolescente ainda passa datas comemorativas, como Dia das Mães, às vezes Natal e Ano Novo, muitos finais de semana e até férias, com ela. "Nos separamos, mas eles se amam muito e acredito que, com ela, será para sempre".

 

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