Além do debate no lançamento do evento, a participação da Concreto Rosa também inclui uma intervenção no espaço de convivência do Sesc 24 de Maio, que receberá materiais, fotografias e outros elementos de trabalhos da Concreto Rosa que evidenciam o caráter humano e afetivo das mulheres na construção civil. “As histórias pessoais de clientes atendidas pela Concreto Rosa, vivências, experiências, sentimentos do dia-a-dia serão compartilhados em áudio e vídeo, disponíveis ao público em tablets”, adianta Geisa.
A 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo tem como tema “Todo Dia”, e irá abordar como o cotidiano influencia a forma como os indivíduos moram, constroem e ocupam o espaço urbano. O evento acontece de 10 a 29 de setembro no Sesc 24 de Maio e tem entrada gratuita.
A empresa, que é pioneira no Rio, conta com pedreiras, eletricista, pintoras, engenheiras e arquitetas. A mulherada faz de tudo: serviços de elétrica, hidráulica, alvenaria, pintura, revestimento de azulejo, jardinagem, mudanças, reparos domésticos em geral. Além disso, realizam oficinas de reparos e projetos de arquitetura e engenharia.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2007 até o primeiro semestre de 2018, a participação de mulheres na construção civil aumentou cerca de 120%, chegando à marca de 239,2 mil trabalhadoras registradas.
A Concreto Rosa começou em 2015, como uma iniciativa pessoal de Geisa Garibaldi, que após se formar em curso de Bombeira Hidráulica pelo Projeto Mão na Massa em parceria com o Senai, decidiu dedicar-se à área de construção civil como forma de sustento de sua família. “Na minha casa, minha mãe sempre fez de tudo e nos ensinou. Então eu já sabia a prática das atividades, mas faltava o certificado”, afirma Geisa. Nascia a Concreto Rosa.
“Também notei que havia uma lacuna no atendimento a clientes mulheres. Não são raros os relatos de mulheres que passaram por assédio ou constrangimento na hora de contratar reforma e reparos domésticos”, avalia Geisa. “As clientes ficam mais confiantes de que não vamos enganá-las no serviço e se sentem mais confortáveis para nos receber em casa”, finaliza.
É o que atestam clientes como Carla V.: “Me mudei para o Rio de Janeiro, e meu marido ficou em Belo Horizonte. Não me sentia segura em contratar homens pois, já tive experiências negativas. Então, optei pela mão de obra feminina”. Luisa, que contratou a empresa para serviços de elétrica e instalação de um ar-condicionado.
Geisa também reconhece o profundo impacto e a transformação social que a Concreto Rosa proporciona entre funcionárias, clientes e fornecedores: “Mais do que nossa atividade profissional, na Concreto Rosa exercemos a nossa autonomia feminina, inovando, gerando novas oportunidades de trabalho e uma nova narrativa para o mercado” afirma Geisa, que vem contribuindo para a mudança de um segmento historicamente dominado por homens.