No Estado do Rio, mais de 1,1 milhão de pessoas se tornaram microempreendedores individuais (MEIs), segundo dados do Portal do Empreendedor. Os números mostram que abrir um negócio tem sido a alternativa para quem não conseguiu chance no mercado formal. Para dar oportunidades a empreendimentos de pessoas sem fonte de renda, a Agência de Fomento do Estado (AgeRio) retomou o projeto de concessão de microcrédito nas comunidades do Rio. Neste ano, serão liberados R$ 10 milhões e a iniciativa expandia para seis comunidades.
Neste primeiro semestre, o projeto passará pelo Complexo do Alemão, Rocinha, Complexo da Maré, regiões de Rio das Pedras, Itanhangá, Camorim e Vargem Pequena, comunidades do Catumbi, Rio Comprido e Estácio. Por último, na Zona Norte, entre Ramos, Bonsucesso e Manguinhos.
Antes de o microcrédito ser liberado, o empreendedor é avaliado para ter o financiamento que pode ser pago em até 24 vezes. Assim, é disponibilizado linha que vai de R$ 5 mil até R$ 21 mil. O candidato tem a ajuda de um agente de microcrédito, normalmente morador da comunidade. A taxa de juros é de 2,98% ao mês. Geralmente, o crédito sai em até cinco dias úteis.
"O financiamento serve para várias possibilidades, como criação do negócio, expansão, material de consumo, capital de giro, reformas e obras e equipamentos. O grande diferencial é chegar em locais ou possibilitar linha de crédito para quem não teria acesso a bancos convencionais", afirma o presidente da AgeRio, Alexandre Rodrigues.
Projeto tira proposta do papel e realiza sonho
Por meio da concessão de microcrédito, Marcelo Ramos, 45 anos, proprietário do Bistrô Estação R&R junto com seu sogro, Romualdo Andrade, tirou um projeto do papel. "Montamos o primeiro bistrô da comunidade do Complexo do Alemão. O sonho virou realidade", conta Ramos.
Além disso, ele conseguiu abrir uma filial no Carioca Shopping, e começou uma produção de cervejas artesanais. "Com a crise financeira, muitos estabelecimentos fecharam por falta de capital, mas como recorri ao financiamento mais uma vez, eu mantive o meu negócio aberto e, ainda, montamos uma câmara fria para armazenar as cervejas quando o movimento está fraco. Também fazemos delivery de chopp", explica.
Já com Ernane Viveiro, 52, dono de uma mercearia no Complexo Maré há 28 anos, o dinheiro contribuiu com melhorias no local. "Coloquei prateleiras novas na loja e consegui repor e adquirir novas mercadorias", diz.
O mesmo caso aconteceu com Cassio Barreto, 30, que é dono de uma academia com o pai Valter Nascimento há 15 anos na Maré. "Eu pude consertar e fazer manutenção em alguns aparelhos, como ventiladores e ar-condicionado. Ainda vou fazer uma pintura no espaço. A expectativa é de conseguir mais alunos com as melhorias", revela.
Larissa Munis, proprietária de um brechó também na Maré, 22, abriu a tão sonhada loja com o microcrédito. "O dinheiro vai ajudar na compra de novas mercadorias. Já tinha um espaço, mas com o que recebi aumentarei o número de peças para a venda. São roupas semi-novas, atuais e de qualidade", afirmou.
Confira como conseguir o financiamento
Para quem quiser se inscrever no projeto de concessão de microcrédito, é preciso acessar https://www.agerio.com.br/areas-de-atuacao/tipo/microempreendedor/. Lá, o interessado pode verificar os endereços e contatos dos correspondentes da agência que atuam no Rio.
Na caixa de pesquisa, o candidato deve digitar o município que escolher e, dessa forma, aparecerá toda a lista de agentes, com endereço, e-mail e telefone.
Além disso, a AgeRio está com processo para cadastro de agentes de microcrédito em todo o estado. Os candidatos podem se inscrever no link: https://conteudo.agerio.com.br/microcredito-inscricao.