Liliane Gomes - Arquivo Pessoal
Liliane GomesArquivo Pessoal
Por O Dia
Rio - Há um ano, Mary Alice, Camila Aparecida e Liliane Gomes tinham em comum o sonho de passar no vestibular, mas também compartilhavam os mesmos desafios: dificuldades para estudar, dividindo o tempo de aprendizado com trabalho e outras tarefas, defasagem de aprendizado e falta de condições financeiras para frequentar um curso pré-vestibular. Essa realidade é a mesma de milhares de outros alunos e não permite que tenham uma preparação adequada para enfrentar o Enem e outros vestibulares.

Apesar do quadro pouco favorável, as três alunas tiveram a oportunidade de ingressar no Apis, curso pré-vestibular social do Colégio de A a Z. Nele, estudantes têm acesso a materiais atualizados e suporte didático e psicológico na caminhada rumo ao ensino superior, muitas vezes significando uma oportunidade ímpar e verdadeira mudança de patamar na perspectiva educacional e social dos alunos.

Rotina puxada e força de vontade

Mary Alice cursa Letras na UERJ e fala com orgulho sobre a conquista do 1º lugar no grupo de cotistas da rede pública, além de também ter sido aprovada para UFRJ. A carioca de 20 anos mora com os pais em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, e sempre cultivou o hábito de estudar por conta própria. Foi assim que passou para o ensino técnico no Cefet e equilibrou o último ano entre a escola, o cursinho e o estágio, que ajudava a complementar a renda em casa, dando suporte aos pais que trabalham com reciclagem.

Mary Alice - Arquivo Pessoal


“Minha rotina era muito puxada, vivia estudando nos intervalos entre as aulas no Cefet e curso. Também precisava estudar aos sábados e domingos e ainda aproveitava o tempo no transporte durante a semana. Mesmo sendo estudiosa, vejo que o Apis foi crucial para conseguir passar no vestibular, pois contei com muito apoio psicológico e uma forte retomada de conteúdos nas matérias. Senti grande defasagem quando entrei no curso e, certamente, essa recuperação foi decisiva”, conta Mary.

Sonho possível

Liliane Gomes, de 19 anos, realizou um sonho de família e conseguiu passar para PUC com 100% de bolsa, fruto da 4ª colocação no vestibular para Ciências Sociais. Moradora do Engenho da Rainha, Zona Norte, a estudante confessa que o curso para o vestibular trouxe muito mais do que a aprovação.

Liliane Gomes - Arquivo Pessoal


“O Apis foi muito importante porque me ajudou a amadurecer, ter mais responsabilidade comigo e apreciar o tempo que tenho. Se eu saísse da escola direto pra universidade, com certeza, seria devorada pelos obstáculos que rodeiam o jovem periférico em um mundo no qual não querem que pertençamos a ele. Hoje, já vou para o segundo período na PUC e dou aulas em um pré-vestibular social também”, conta com orgulho.

Descoberta na web

Foi por meio das redes sociais que Camila Aparecida, de 20 anos, descobriu a possibilidade de ingressar em um pré-vestibular. Após lidar com a frustração de não ter passado para o curso de Direito, ela leu uma matéria sobre o Apis no Facebook e enxergou uma chance para dar a volta por cima. No dia seguinte, juntou toda a documentação necessária e foi para a entrevista na unidade Tijuca do Colégio de A a Z.
Camila Aparecida - Arquivo Pessoal


“Percebi que era a minha oportunidade de aprender em um ambiente de excelente qualidade e de uma maneira acessível, já que meus pais não tinham condições financeiras para arcar com um curso particular. Eu buscava obter a ajuda necessária em algumas áreas do conhecimento, como redação e matemática, que não foram devidamente aprofundados durante meu ensino fundamental e médio”, relembra Camila.

As histórias das três se confundem com a trajetória de cerca de 300 jovens que passaram pelo Apis desde 2016. A iniciativa do Colégio de A a Z acolhe estudantes e anualmente forma novas turmas de jovens que pretendam fazer o ENEM e/ou o vestibular da UERJ e estejam dentro do perfil das vagas aos alunos de cotas no SiSU e na UERJ, além de gostarem muito de aprender e se dedicar às aulas com bastante empenho.

"Queremos ser uma importante ferramenta de mudança na vida de jovens e desejamos contar com alunos empenhados, que disponham de tempo para se dedicar às aulas e, acima de tudo, estejam muito interessados em aprender", ressalta Carlos Ferrão, diretor do Colégio de A a Z.