Diferente do último protesto, realizado durante a parada da Copa América, os jogadores vão manter relações com a imprensa e, por consequência, darão entrevistas coletivas normalmente. A questão passa pelos patrocinadores do clube, que não serão mais mostrados até que a situação fique normalizada. Os atletas, portanto, vão falar com os veículos de comunicação fora da sala de imprensa, com um fundo sem cor e propagandas.
"O nosso movimento tem foco dentro de campo. Na última vez, vocês (imprensa) foram incluídos, mas agora vão continuar fazendo parte do nosso dia a dia. Só vão ficar de fora toda a questão envolvendo as ações de marketing. Aqui se trabalha forte e muito sério. Não vamos deixar de ficar focados", afirmou Joel Carli.
"Acima de tudo está o clube e a instituição. Nós vamos continuar defendendo o Botafogo como sempre fizemos, com todas as nossas forças, independente da situação. Essa cobrança nossa é para que não continue normal essa situação dentro do Brasil, de atrasar salários. Que a gente possa contornar a situação ", completou João Paulo.
"Estamos aqui para comunicar a nossa insatisfação pelo momento difícil que estamos atravessando na questão de salários. Nós jogadores e os funcionários. Queremos ser bem simples e claros em um assunto sensível. Queria agradecer ao apoio dos torcedores pelo movimento de contribuir as cestas básicas, nós também estamos entrando no movimento porque o Botafogo, hoje, precisa de todo mundo", admitiu o camisa 3.
Na próxima sexta-feira, o Botafogo completa, de forma oficial, dois meses de salários atrasados com funcionários e jogadores, além de três meses em débito em relação ao direito de imagem dos atletas. Gabriel afirmou que o elenco conversou com a diretoria sobre a questão financeira.
"A gente conversou sim, deram uma posição para nós. Mas, infelizmente, isso (atrasos) é algo que está sendo normal no futebol, mas que não pode. Existem famílias que dependem da gente. Os funcionários também.. Às vezes eles chegam, comentam, você percebe que eles estão com um olhar triste, abatido, tem crianças em casa que precisam desse suporte. Estamos dois meses de carteira e três de imagem. A gente fica insatisfeito por passar por esse momento. O futebol é uma paixão mundial. Essa é a nossa insatisfação, mas não vamos deixar de trabalhar no dia a dia", completou.