Bruno Henrique - Armando Paiva/ Agência O Dia
Bruno HenriqueArmando Paiva/ Agência O Dia
Por HUGO PERRUSO

Rio - O Flamengo deu um passo gigante neste domingo para conquistar o título do Carioca de 2019 ao vencer com enorme facilidade o Vasco por 2 a 0 no Engenhão, com show de Bruno Henrique e Éverton Ribeiro, e boa participação de Arrascaeta. Enquanto o camisa 7 comandou o meio de campo, o atacante se consolidou como carrasco em clássicos ao marcar os dois gols do jogo e se isolar como artilheiro da competição, com oito. Com o resultado, o Rubro-Negro pode perder por até um gol de diferença domingo que vem no Maracanã. Resta ao Cruzmaltino apagar a péssima atuação e buscar um placar de três gols de diferença ou dois para levar aos pênaltis.

Em um primeiro tempo tão morno quanto a torcida - que graças aos dirigentes compareceu em baixíssimo número para uma final ­-, o Flamengo teve mais motivos para lamentar que o Vasco. Melhor nos 45 minutos, o Rubro-Negro teve enorme facilidade para chegar o ataque, mas foi incapaz de finalizar. Já o Cruzmaltino, sem criatividade alguma, abusou dos chutões.

A principal diferença entre as duas equipes talvez tenha sido seus homens de criação. Com a opção de Abel Braga em sacar Diego para escalar Arrascaeta de titular, Éverton Ribeiro ficou no meio, com o uruguaio na esquerda, Bruno Henrique centralizado e Gabigol na direita. E o camisa 7 distribuiu muito bem o jogo, criando alternativas. O problema é que faltou o último passe para as finalizações. Tanto que a melhor chance foi em um chute para fora de Gabigol e em rebote pego por Éverton Ribeiro que Fernando Miguel espalmou.

O domínio do clássico na primeira etapa foi todo rubro-negro, até porque o Vasco viu seu meio-de-campo pouco inspirado e ficou preso na marcação por pressão do adversário. Ao contrário de Éverton Ribeiro, que estava em todos os cantos e bem assessorado por Arrascaeta, Bruno Henrique apareceu muito pouco e mais pelo lado direito. Para piorar, além do camisa 10, Pikachu foi pouco participativo. Como resultado, Maxi López, de volta ao time, ficou muito isolado entre os marcadores e teve que se virar sozinho, sem muito sucesso. Ainda assim, o atacante teve a melhor chance vascaína, sendo travado pela zaga, em jogada individual.

Devido ao panorama inicial, o técnico Alberto Valentim tirou no intervalo Bruno César e colocou Lucas Santos, deixando o apagado Pikachu na armação. A situação vascaína melhorou pouco porque os homens do meio continuaram sem inspiração, mas pelo menos Marrony cabeceou bola no travessão. Para piorar, o Flamengo manteve a postura no segundo tempo, com a diferença de que, além de Éverton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique foram decisivos e o time conseguiu finalizar.

Gabigol já havia perdido chance incrível ao cabecear rente à trave, até que Bruno Henrique, jogando mais centralizado, abriu o placar aos 9. E não podia deixar de ter a participação de Éverton Ribeiro. O camisa 7 continuou ditando o ritmo do time e fez o cruzamento, que Danilo Barcelos afastou mal e deixou para o atacante marcar.

O gol até fez o jogo ficar mais aberto, mas o Vasco seguiu dependendo de lampejos de Maxi López, que quase empatou em chute para fora. E o Flamengo só não fez o segundo porque o VAR anulou gol de Bruno Henrique, impedido. O árbitro de vídeo viria a ter uma pane elétrica aos 33 minutos.

A situação não estava boa, a ponto de os vascaínos gritarem: "Ei, Vasco, vamos jogar!" Nem mesmo as três mudanças de Alberto Valentim no ataque do Vasco ajudaram na criação. E a defesa ainda complicou, quando Cáceres perdeu a bola para Arrascaeta perto da área. O uruguaio cruzou, Fernando Miguel espalmou e Bruno Henrique estava lá para colocar a bola na rede e fazer o segundo gol, aos 32. Foi o oitavo gol do atacante no Carioca, novo artilheiro do campeonato. Detalhe: marcou duas vezes em cada rival (Botafogo, Fluminense e Vasco).

Entregue e sem nenhum poder de reação, restou ao Vasco se segurar nos minutos finais para não ter prejuízo maior.

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