Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, em 9 de abril de 2020, prolongou por mais 14 dias um bloqueio nacional de três semanas destinado a coibir a disseminação do coronavírus covid-19 - Wikus de Wet/ AFP
Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, em 9 de abril de 2020, prolongou por mais 14 dias um bloqueio nacional de três semanas destinado a coibir a disseminação do coronavírus covid-19Wikus de Wet/ AFP
Por O Dia
Cidade do Cabo - No poder desde 2018, Cyril Ramaphosa foi reeleito presidente da África do Sul pelos deputados nesta quarta-feira (22), após a vitória de seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), nas eleições legislativas de 8 de maio.

"Eu declaro Cyril Ramaphosa devidamente eleito presidente da República da África do Sul", disse o presidente do Tribunal Constitucional, Mogoeng Mogoeng, responsável por presidir a votação dos deputados.

No governo desde o fim do regime do Apartheid em 1994, o ANC alcançou a pior pontuação de sua história nas eleições nacionais (57,5%), mas manteve a maioria absoluta da Câmara Baixa, com 230 dos 400 assentos. A reeleição à presidência do país de seu líder Cyril Ramaphosa foi, portanto, pura formalidade. Ele conquistou, assim, um novo mandato de cinco anos.

Ramaphosa, de 66 anos, dirige a África do Sul desde a renúncia forçada, em fevereiro de 2018, de Jacob Zuma, em razão de suspeitas de corrupção.

O presidente reeleito, que deverá anunciar seu novo governo nos próximos dias, prometeu limpar o partido e o Estado da corrupção e reviver a economia da maior potência industrial do continente africano.

Muito formal, a sessão de posse da Assembleia Nacional começou nesta quarta com uma reviravolta dramática.

Várias personalidades do governo e do ANC não prestaram juramento como deputados.

O vice-presidente do país, David Mabuza, pediu o adiamento de sua posse "após a divulgação de um relatório da Comissão de Ética do ANC, que suspeita que ele tenha prejudicado a integridade" do partido, explicou a legenda.

A atual ministra do Meio Ambiente, Nomvula Mokonyane, e o ex-ministro das Finanças Malusi Gigaba, próximo ao ex-presidente Zuma, desistiram definitivamente de seus cargos como deputados.

A decisão de David Mabuza levantou especulações sobre se permaneceria como vice-presidente da África do Sul.

Cyril Ramaphosa assumiu a liderança do ANC no final de 2017. Desde então, procurou consolidar sua autoridade sobre todo partido, onde os defensores de seu antecessor ainda têm uma forte capacidade de causar danos.

Durante a campanha eleitoral, Ramaphosa reafirmou sua determinação "de fazer com que os condenados por corrupção (...) não sejam autorizados a ocupar cargos de responsabilidade dentro do ANC, no parlamento ou no governo".

David Mabuza e Nomvula Mokonyane são suspeitos de corrupção.

"Uma remodelação significativa de Ramaphosa está em andamento, não apenas para restaurar a credibilidade, mas também para estabelecer sua autoridade", disse ele.

Uma vez reeleito, Cyril Ramaphosa prestará juramento no sábado em uma cerimônia realizada em um estádio na capital Pretória, que reunirá milhares de pessoas.