Dayse Serra - Divulgação
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Por O Dia
Rio - O Dia 13 de julho foi escolhido para a Conscientização Mundial sobre TDAH. Foi estabelecido pela ONU. Boa ocasião para pensarmos sobre o que está acontecendo com as nossas crianças. É uma questão que intriga pais e especialistas, quando se deparam com tantos encaminhamentos, sejam oriundos do ambiente escolar ou uma busca da própria família por um profissional da saúde, que responda as suas angústias sobre a causa do comportamento do seu filho.

Primeiramente é preciso entender a sigla e desfazer o principal mito. TDAH significa Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. É doença? Não. Doença ou tem cura ou leva ao óbito e o TDAH é um transtorno, pois acompanha o sujeito por toda a vida, mas pode ser tratado e trazer qualidade de vida. Encontramos na literatura médica três tipos de TDAH: o tipo predominantemente desatento, aquela criança ou adolescente que apresenta muita lentidão para executar as tarefas e parece estar alheio à realidade, perde muitos objetos e costuma ter dificuldades de aprendizagem. O tipo impulsivo que não consegue conter suas ações e reações e prejudica as relações sociais falando ou agindo fora do que se espera no ambiente e o tipo misto que reúne as características da desatenção e da impulsividade. Os tipos impulsivo e misto costumam ser muito confundidos com crianças indisciplinadas, sem limites.

Alguns pontos precisam ficar claros para pais e profissionais que avaliam e tratam sujeitos com suspeitas e diagnósticos confirmados: cada 100 crianças encaminhadas com suspeita de TDAH, segundo a Organização Mundial de Saúde, apenas 5 confirmam o diagnóstico. O que acontece com os demais? Pode ser ansiedade circunstancial ou alguma situação social ou familiar; O TDAH é contínuo e se faz presente em praticamente todos os ambientes que o sujeito frequenta. Então, se na casa da avó os limites são respeitados e na escola não, não é TDAH; O TDAH traz prejuízos como Dificuldades de aprendizagem, defasagem intelectual, dificuldades interpessoais, dificuldades de relacionamento; O tratamento consiste em terapias e muitas vezes, intervenção medicamentosa. Os remédios prescritos exclusivamente pelos médicos não causam dependência; Uma criança com TDAH não tratada ou que tem seu problema ignorado pode ter comorbidades, que variam desde depressão, ansiedade até comportamento criminoso.

Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei para que o TDAH seja reconhecido pelo MEC como uma necessidade educacional especial e, assim, os alunos que possuem este diagnóstico poderão usufruir dos direitos de mediação escolar e adaptações curriculares, uma vez todas essas práticas em ambientes escolares ou se deram por jurisprudência ou por acordos entre pais e profissionais. Curiosamente, antes de qualquer definição legislativa, o ENEM já garante este direito aos alunos há mais de 6 anos, reconhecendo a necessidade de adaptações para o acesso a universidade. Estamos atrasados, com ordem invertidas e ainda com muitas famílias necessitando de esclarecimentos sobre o tema. 
Dayse Serra é especializada em TEA e outras necessidades especiais