Sérgio Cabral - ANTONIO CRUZ/ABR
Sérgio CabralANTONIO CRUZ/ABR
Por O Dia
Rio - Sérgio Cabral (MDB) afirmou nesta quinta-feira ser dono de um terreno e de um prédio comercial comprado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O ex-governador declarou ao juiz Marcelo Bretas que divide a propriedade dos imóveis com o empresário Georges Sadala. A coluna Informe do DIA tinha antecipado no último dia 2, que o alvo do testemunho de hoje seria empresário também conhecido como Gê, ex-sócio da organização responsável pelo Poupatempo. 
Durante o novo depoimento do ex-governador na Operação C'Est Fini, desdobramento da Lava-Jato no Rio, ele admitiu que na verdade recebeu propina de R$ 1,5 milhão na licitação do Poupatempo e não R$ 1,3 milhão como tinha dito o MPF.
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Cabral também declarou que também é proprietário com Sadala em dois imóveis. Segundo o ex-governador, um em Ipanema,próximo à Rua Vinicius de Moraes, e um terreno em que nada foi construído até hoje, além de um prédio comercial de mais ou menos mil metros quadrados na Barra da Tijuca. "Isso perfaz um valor de propina de R$ 6 milhões em propina."
Cabral também desmentiu a versão do MPF sobre o episódio que ficou conhecido como "Farra dos Guardanapos", em que autoridades e empresários foram fotografados durante um jantar em Paris, na França, com guardanapos na cabeça. O órgão alega o emedebista comemorava a vitória do Rio para sediar a Olimpíada de 2016 antecipadamente da compra de votos. 
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No entanto, o ex-governador declarou que a euforia tinha a ver com a notícia de que Jordana, mulher de Fernando Cavendish (que estava na foto) tinha descoberto naquela semana que estava grávida. "A mesa estava celebrando a gravidez", afirmou. 
Em nota, a defesa de Sadala alegou " falta de compromisso com a verdade por parte de delatores diversos interessados apenas em minorar seus suplícios não causa mais perplexidade em ninguém. No caso de Sérgio Cabral, mais que espanto, o estado de perturbação a que foi reduzido causaria pena, não fosse a costumeira arrogância."
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Confira a nota de Georges Sadala na íntegra:
A falta de compromisso com a verdade por parte de delatores diversos interessados apenas em minorar seus suplícios não causa mais perplexidade em ninguém. No caso de Sérgio Cabral, mais que espanto, o estado de perturbação a que foi reduzido causaria pena, não fosse a costumeira arrogância.
Os contratos do Poupa Tempo não resultaram qualquer benefício econômico a Georges Sadala que, muito pelo contrário, saiu do Consórcio em troca de dívidas contraídas para investir no negócio. Nem mesmo pedido de reequilíbrio financeiro dos contratos foi concedido ao Consórcio.
Sérgio Cabral nunca foi sócio oculto de Georges Sadala em imóveis em Ipanema e na Barra da Tijuca: o terreno da Vinícius de Moraes foi adquirido em março de 2016, dois anos depois de Cabral ter renunciado ao Governo do Estado; os apartamentos na Barra da Tijuca foram adquiridos em 2012, mediante financiamento com a própria construtora, com último vencimento em 2018. Essa venda foi distratada em outubro de 2017, em razão de o empreendimento não ter sido entregue até aquela data. Não há qualquer documento que sustente a versão mentirosa de Sérgio Cabral.
Georges Sadala reitera que não teve qualquer negócio com o Governo do Estado afora sua participação minoritária no Poupa Tempo e que nunca obteve qualquer vantagem ou benefício em razão da amizade que teve com Cabral, a quem jamais pagou qualquer tipo de propina.
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