Congestionamentos na Avenida Brasil devem durar até o fim do ano. Novo desvio na pista foi aberto, no sábado, na altura do Into - Daniel Castelo Branco
Congestionamentos na Avenida Brasil devem durar até o fim do ano. Novo desvio na pista foi aberto, no sábado, na altura do IntoDaniel Castelo Branco
Por LUIZ PORTILHO

Saída: 6h10, na Pavuna, Zona Norte do Rio. Chegada: 8h52, no Passeio, no Centro. O primeiro dia de interdição do trecho da pista central da Avenida Brasil, altura do Into, para as obras da Transbrasil consumiu quase uma hora a mais da vida dos passageiros do ônibus da linha 399 Parador (Pavuna/Passeio).

"Mudou muita coisa com essa nova interdição. Era para este ônibus ter feito o percurso, neste horário, em duas horas", disse a fiscal da linha, Lucinele da Silva.

Ontem foi só o primeiro dia útil desse sufoco no trânsito. A previsão inicial era de que o novo corredor viário estivesse pronto em 2017. Mas alterações do projeto fizeram com que a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação estendesse o prazo de construção para julho e, agora, até dezembro deste ano. Já foram concluídos 95% da colocação do asfaltamento, inclusive da via seletiva do BRT. Mas ainda faltam 30% dos viadutos e 22% do sistema de drenagem.

Enquanto isso, a população vai se adaptando ao trânsito cada vez mais caótico na via. "Está cada vez pior. E a volta para casa é mais triste ainda. Eu perco quase cinco horas por dia só no trânsito", diz o ambulante Francisco de Assis, 33 anos, morador de Cordovil.

A obra que demora a acabar também gera um problema em relação à segurança de motoristas e passageiros. "Os carros passam devagar, pelo trânsito, e isso facilita a ação de ladrões. Há trechos, como o de Bonsucesso e Ramos, em que a iluminação é precária. Isso, somado aos blocos de concretos que são colocados para dividir pistas, causa acidentes", disse o vereador Fernando William (PDT), presidente da comissão especial da Câmara, que tem a finalidade de acompanhar obras inacabadas no município — essa comissão teve aprovação, na semana passada, para virar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Ao longo das pistas, motoristas convivem com a aglomeração de moradores de rua e usuários de drogas. Ontem, enquanto a reportagem passava pelo local, agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) realizavam o trabalho de oferta de acolhimento. "Trata-se de uma população que tem como característica ser itinerante e muda de lugar constantemente. O acolhimento compulsório, entretanto, é proibido por lei", diz a nota da secretaria.

 

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