O carro em que o músico estava com a família - Reprodução / Internet
O carro em que o músico estava com a famíliaReprodução / Internet
Por O Dia
Rio - A audiência na Justiça Militar Federal que ouviria os 12 réus no caso da morte do músico Evaldo Rosa na terça-feira precisou ser adiada para outubro. Isso porque na sessão de hoje, em que estavam marcados os depoimentos das testemunhas de defesa, precisou ser suspensa após um bate-boca. Com isso, a juíza também remarcou o interrogatório dos doze militares acusados do crime, que serão ouvidos individualmente. As audiências serão conduzidas pela juíza Mariana Queiroz Aquino Campos.
Um tenente da Polícia Militar que faz operação na área do crime, em Guadalupe, chegou a ser ouvido hoje como testemunha de defesa. Além dele, também seriam ouvidos militares da Polícia Militar de uma guarnição que aparece no vídeo no momento da ação de socorro às vítimas. No entanto, um soldado PM disse na audiência que não era daquela guarnição.
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Houve bate-boca entre acusação e defesa e a juíza deu um prazo de cinco dias para a defesa apresentar os nomes dos PMs que irão testemunhar. Como os réus não podem ser ouvidos antes de todas as testemunhas, a juíza também adiou os depoimentos dos doze militares para o início de outubro.
A Justiça Militar Federal ouviria nesta segunda-feira integrantes da PM do Rio de Janeiro, testemunhas de defesa dos militares do Exército acusados pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos.
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O músico estava em um carro alvejado com 80 tiros, quando passava com a família em Guadalupe, na Zona Norte da capital. Um catador de papel foi socorrer o músico e também acabou morto. O crime ocorreu no dia 7 de abril deste ano, um domingo, quando o carro foi supostamente confundido com um automóvel em que estariam criminosos e foi metralhado pelos militares.

Onze dias depois, o catador de papel Luciano Macedo, de 27 anos, morreu no Hospital Carlos Chagas, na Zona Norte da cidade. Macedo também foi atingido com três tiros nas costas por militares do Exército, na mesma ação que atingiu Evaldo Rosa. Ele passava na hora e tentou socorrer o músico, quando também recebeu tiros de fuzil.
O interrogatório de todos os 12 militares acusados do crime, que serão ouvidos individualmente, estava marcado para terça-feira, mas foi adiado. As audiências serão conduzidas pela juíza Mariana Queiroz Aquino Campos.

Os militares foram denunciados à Justiça Militar da União no dia 11 de maio pelos crimes de homicídio qualificado e omissão de socorro, por supostamente não terem prestado assistência às vítimas.

O caso
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A Justiça Militar aceitou a denúncia do Ministério Público Militar (MPM) no dia 11 de maio e transformou em réus 12 integrantes do Exército no caso do carro em Guadalupe. Um segundo-tenente, um terceiro-sargento, dois cabos e oito soldados vão responder por homicídio qualificado, tentativa qualificada e omissão de socorro.

De acordo com o MPM, os militares buscavam autores de um roubo e dispararam contra o carro onde estava Evaldo, um Ford Ka branco. O sogro do músico foi ferido na ação, enquanto sua mulher, seu filho e uma amiga que também estavam no veículo não foram atingidos. O catador Luciano foi baleado ao tentar socorrer Evaldo e morreu 11 dias depois no hospital.