Calendário homenageia mães que tiveram filhos assassinados ou privados de direitos - Divulgação
Calendário homenageia mães que tiveram filhos assassinados ou privados de direitosDivulgação
Por Beatriz Perez
Rio - O Movimento Moleque lançou nesta quinta-feira um calendário 2020 para homenagear mulheres negras ativistas. São mães que tiveram seus filhos assassinados pelo estado ou que militam pelos direitos de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.
"Começaram a surgir calendários com mulheres negras cientistas e escritoras, que tinham mesmo que ser homenageadas. Mas, não vejo ninguém homenageando a luta dessas mulheres que lutam pelo direito de não terem os filhos assassinados no cumprimento das medidas socioeducativas e no sistema prisional", defende Monica Cunha, fundadora do Movimento Moleque.
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A maioria das homenageadas é do Estado do Rio, mas também há mães de outras cidades, como Salvador, e Goiânia. Entre as 25 mães homenageadas, está Dona Marinete Silva, mãe de Marielle Franco: "Ser mulher negra é carregar nos ombros todos os dias uma mistura de resistência, luta e coragem", diz sua reflexão. 
Bruna Silva, mãe do estudante Marcus Vinícius, morto aos 14 anos a tiros no Complexo da Maré, durante operação policial em 20 de junho de 2018, também está entre as homenageadas e deixou sua mensagem: "Nós, mães que tivemos nossos filhos assassinados pelo Estado, é que vamos parir um Brasil melhor".
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O material foi produzido pela cantora Marina Íris e financiado pelo Fundo Elas, voltado para os direitos das mulheres.
"Esperamos de verdade que o número de mulheres que perderam seus filhos para um estado racista que não tem políticas públicas para esta juventude negra não aumente", completa Monica. 
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Para adquirir o calendário, os interessados devem entrar em contato na página do Movimento Moleque, no Facebook.