Mais de 24 crianças foram baleados no Rio em 2019; número de idosos mortos dobra
Das crianças baleadas, 7 morreram. Houve ainda 53 adolescentes mortos. Já o número de idosos mortos mais que dobrou em São Gonçalo em relação a 2018
Por O Dia
Rio - O episódio envolvendo a morte de uma criança de 8 anos atingida por bala perdida, na noite desta quinta-feira, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, não foi um caso isolado. Apenas em 2019, 24 crianças foram baleadas no Grande Rio. Segundo um levantamento feito pela plataforma Fogo Cruzado, dessas vítimas, 7 foram fatais. Já em 2018, foram 25 crianças baleadas e 4 delas não resistiram aos ferimentos. Já em relação a terceira idade, 41 idosos foram baleados na Região Metropolitana, dos quais 24 morreram. O número de baleados de 2019 representa uma queda de 5% em comparação ao total de baleados em 2018, quando houve 43 idosos vítimas. No entanto, o número de mortos em 2019 (24) superou em 20% o mesmo período em 2018, que totalizou 20 vítimas fatais.
Houve ainda 88 adolescentes baleados – dos quais 53 morreram. O número é ligeiramente maior que o registrado em 2018: 86 baleados - dos quais, 42 mortos. Crianças e adolescentes baleados (112) representam 4% do total de vítimas em 2019 (2.876). Do total de vítimas de bala perdida em 2019 (189), 20 eram crianças e 16 adolescentes. Destes, 5 crianças e 4 adolescentes morreram.
A cidade do Rio de Janeiro, assim como em 2018, concentrou o maior número de idosos baleados também em 2019: 13 (5 mortos e 8 feridos). Apesar de aparecer em segundo lugar no ranking do total de baleados (12), São Gonçalo foi a cidade mais letal para idosos em decorrência da violência armada no Grande Rio: foram 9 mortos e outros 3 feridos. Em relação a 2018, houve um aumento de 167% no número de mortos no município, quando 3 idosos foram mortos a tiros.
Na sequência do ranking dos cinco primeiros municípios com mais baleados, ficaram Niterói, com 5 baleados (2 mortos e 3 feridos); Belford Roxo, com 4 baleados (2 mortos e 2 feridos); e Maricá, com 2 mortos.
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Além das balas perdidas
Representando 61% dos casos de idosos baleados no Grande Rio, as balas perdidas não foram a única forma de vitimar idosos: 10 foram vítimas de homicídios ou execuções e outros 8 foram baleados durante assaltos (4 mortos e 4 feridos).
Vítima de execução, o advogado Jorge Pires Vieira, de 67 anos, foi morto com 3 tiros dentro de casa, em 8 de novembro, no bairro Jardim Meriti, em São João de Meriti, Baixada Fluminense. Depois do crime, a esposa de Jorge, a professora aposentada Márcia Menezes passou mal e foi levada às pressas para uma UPA. Márcia teve um AVC e morreu.