Belford Roxo,na Baixada Fluminense, enfrenta problemas de desabastecimento e atividade criminosa de roubo de cargas em qualquer hora do dia. Na foto, placa crivada de balas no local conhecido como,
Belford Roxo,na Baixada Fluminense, enfrenta problemas de desabastecimento e atividade criminosa de roubo de cargas em qualquer hora do dia. Na foto, placa crivada de balas no local conhecido como,"estrada da Bayer".Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Anderson Justino

"Eles (criminosos) são os olhos da cidade e estão vendo tudo. A maior parte das lojas afastadas do Centro não consegue repor seus produtos. As entregas não chegam, pois os caminhões estão sendo parados e roubados no meio do caminho", desabafa uma comerciante de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Por conta dos roubos de cargas, muitas lojas da região estão com as prateleiras praticamente vazias.

A violência está não apenas na falta de acesso aos produtos de primeiras necessidades: ela permeia o dia a dia do município. Na entrada do bairro Jardim Redentor, uma placa de trânsito com mais de 100 marcas de tiros retrata bem como é viver, ou melhor, sobreviver em Belford Roxo.

Com barricadas espalhadas pelas ruas, moradores deixam o recado para quem chega: "Sejam bem-vindos à Faixa de Gaza da Baixada".

Dados da plataforma Fogo Cruzado mostram que em 2019 o município registrou 544 casos de tiroteios. Já em janeiro deste ano, foram notificados 25 casos. Não à toa, Belford Roxo foi considerado, em 2019, o município mais violento da Região Metropolitana do Rio.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apresentou dados mostrando que as empresas de transporte sofreram prejuízo de R$ 386 milhões no ano passado, por conta dos roubos de cargas, e 97% deles aconteceram exatamente na Região Metropolitana.

 

Ônibus viram barreiras em comunidades
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Ontem de manhã, dois ônibus das viações Flores e Santo Antônio foram usados por traficantes da comunidade Santa Teresa, em Belford Roxo, para embarreirar a entrada de policiais.
Em nota, a Viação Flores lamentou a falta de segurança que atinge empresas de ônibus e passageiros. Em 2019, a viação emitiu 122 alertas em sua conta no Twitter informando sobre mudanças de itinerário nas linhas por conta da violência. Apenas este ano, foram 20 ocorrências. A empresa teve 51 ônibus usados como barricadas, três queimados e dois sequestrados no último ano.
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Em Nova Iguaçu, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários informou que o número de atendimentos psicológicos a motoristas aumentou nos últimos meses.
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