Raull Santiago  - Reprodução
Raull Santiago Reprodução
Por LUANA BENEDITO
Rio - Raull Santiago, ativista do Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, foi detido após uma abordagem policial, na noite desta quarta-feira, na Avenida Brasil. Além dele, um mototaxista, identificado como Thiago, e o ator e professor de teatro, Ricardo Fernandes, também foram detidos. Nas imagens, militares do Batalhão de Choque (BPChq) são questionados do motivo da abordagem e tomam o celular do rapaz. A filmagem de ações policiais não é crime, de acordo com o Código Penal brasileiro. 
Raull, que completa 31 anos hoje, saía de uma reunião na ONG Redes da Maré, no Complexo da Maré, também na Zona Norte, e seguia com o grupo para um jantar de aniversário na casa da sua mãe. "Nós estávamos em três motos. Os policiais deram passagem para mim e para a Lana (também ativista do Complexo), mas abordaram a moto do Ricardo, que é negro", relata.
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"Ficamos observando pois acreditávamos que era uma abordagem padrão. Até o momento, que os PMs começaram a jogar as coisas dos meninos no chão e pediram para eles desbloquearem o celular. Eles não podem fazer isso", completa o comunicador. 
O jovem, então, resolveu fazer uma transmissão ao vivo no Twitter para mostrar o que estava acontecendo na abordagem. "É a minha forma de defesa. O PM viu e já veio alterado. Pediu meu documento e começou a me empurrar. Ele começou a revirar minhas coisas, aquilo já estava errado. Até o momento, que ele tomou meu celular. Isso tudo ficou registrado no vídeo", afirma. 
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Assista ao vídeo!
Segundo Raull, o argumento do policial para detê-lo foi "desobediência e resistência". O ativista foi levado dentro de uma viatura para a 21ª DP (Bonsucesso), onde prestou depoimento junto a Thiago e Ricardo.
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O ativista só chegou em casa no Complexo do Alemão no início da madrugada desta quinta-feira. A família o aguardava com um jantar para comemorar o seu aniversário desde a noite anterior.  
Eliana Sousa e Luna Arouca, da ONG Redes da Maré, e um defensor público acompanharam o caso. Procuradas, a Polícia Militar e a Polícia Civil ainda não comentaram sobre o caso até esta publicação. 
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