O ato começou por volta das 10h20 da manhã e durou cerca de vinte minutos. Segundo o membro do Sindicato dos Médicos Carlos Vasconcellos, o grupo seguiu as orientações da Lamsa, que é administradora da via, e da própria Polícia Militar: "permanecemos no acostamento, como nos foi recomendado. Quando já estávamos nos retirando, recebemos uma determinação de um policial do Batalhão de Choque para nos conduzir até a delegacia".
Segundo a servidora do Ministério da Saúde Lúcia Pádua, o grupo prestou depoimento para um agente, orientado por telefone pela delegada que não estava presente. “Fomos enquadrados num decreto estadual que proíbe aglomerações. Somos profissionais da saúde, mais do que ninguém nós estamos interessados em seguir as medidas de proteção", desabafou Lúcia, que classificou a atitude da polícia como “desproporcional".Na manhã deste sábado, profissionais da saúde fizeram manifestação na Linha Amarela reivindicando melhores condições de trabalho. #ODia pic.twitter.com/Q4xj2zot0L
— Jornal O Dia (@jornalodia) May 23, 2020
De acordo com o advogado criminalista Júlio Leitão, a ação da polícia foi "uma decisão política e arbitrária", e reforçou: "Uma manifestação de dez profissionais, seguindo todas as recomendações de proteção da prefeitura e do governo estadual, não pode ser considerada crime. É uma ação absolutamente ilegal, isto não está previsto em nenhuma lei".
Em união com o movimento "Nenhum Serviço de Saúde a Menos", os trabalhadores estão participando de uma série de protestos para denunciar as más condições de trabalho, falta de equipamentos de proteção adequados, dificuldade de testagem e constante atrasos salariais. “Não é algo pontual, manifestações estão acontecendo em vários estados, os profissionais da saúde estão unidos para garantir as nossas vidas e da população também”, afirmou a servidora Lúcia Pádua.