Pessoas formaram aglomeração em pontos do Leme e Copacabana - Gilvan de Souza
Pessoas formaram aglomeração em pontos do Leme e CopacabanaGilvan de Souza
Por Yuri Eiras

Rio - O prefeito Marcelo Crivella deve anunciar, no início desta semana, um projeto de reabertura das atividades da cidade. O plano, discutido entre membros do gabinete do prefeito, da secretaria municipal de Saúde e do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), prevê seis fases. Na primeira, com duração de 15 dias, comércios de maior relevância e menor risco de aglomeração poderão reabrir.

Na reunião, não foi detalhada a lista de atividades da Fase 1 do plano. Mas, em live com o vereador Felipe Michel, na quinta-feira, a secretária de Saúde Beatriz Busch afirmou que 'as atividades de esportes estão na lista das primeiras a serem retomadas', sem especificar quais. A movimentação em parques e praças estará permitida já no período inicial, com distanciamento e uso de máscaras. Nas praias, apenas o calçadão continuará liberado.

O afrouxamento deve ser semelhante ao adotado em Niterói. Comércios sem risco de aglomeração — concessionárias de automóveis, hotéis e escritórios de advocacia — poderão reabrir. Bares e restaurantes estão descartados. "Em princípio, serão retomadas atividades relevantes em termos de emprego, com regras rigorosas, distanciamento de dois metros, uso de luva e máscara e escalonamento no horário de funcionamento", detalhou o presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano.

A prefeitura adotará uma escala de horários para que não haja aglomeração nos centros comerciais e no transporte público. "Um dos nós desse problema de flexibilização é exatamente o transporte público. Normalmente no BRT, no metrô, existe aglomeração de pessoas. A solução é ter horários de funcionamento distintos e mais curtos. Um shopping que fica aberto 12 horas não seria para estar na primeira atividade. Pode começar com 6 horas, por exemplo", disse Provenzano.

A reabertura estará sujeita a uma lista de medidas sanitárias batizada pela prefeitura de 'regras de ouro'. Entre elas, a obrigatoriedade de álcool em gel no estabelecimento e o respeito ao distanciamento entre clientes. O município também pensa em adotar um selo anti-COVID, para dar publicidade aos comerciantes que cumprirem as determinações.

Apesar do projeto, curva ainda é ascendente

O projeto de reabertura é discutido durante um período ainda crescente de infecção por covid-19. Entre terça e sexta-feira, 4.021 novos casos foram confirmados e 452 novas mortes registradas — são 3.430 óbitos no total. Na rede pública da Região Metropolitana há 100 pessoas na fila por um leito, 71 para UTI.

Na quinta-feira, a Fiocruz enviou ofício ao Ministério Público contra a flexibilização. Segundo o pesquisador Daniel Soranz, a cidade do Rio 'não tem condições de relaxar neste momento'.

Você pode gostar
Comentários