"Foi uma correria, coisa de louco. Ali já era uma tragédia anunciada. Os caras ficam mandando recadinho para o moleques do outro lado, dizendo que vão invadir a outra área, matar e fazer acontecer. Ali não era uma festa familiar, a verdade é essa. Estavam no lugar errado e na hora errada. Agora olha o que aconteceu. A garotinha, filha do Naum, levou um tiro no peito e morreu. É uma p...isso aí", diz parte do áudio.
O delegado Luís Otávio Franco, adjunto da Delegacia de Homicídios (DH), apura a informação de uma suposta guerra de tráfico na região.
"Os moradores ventilam essa linha. São duas comunidades controladas por facções diferentes que ficam na região. É uma das linhas de investigação”, reforçou.
Testemunhas contaram que o grupo participava de uma festa junina na região conhecida como Condomínio Jamaica, quando homens armados desceram de um carro preto e efetuaram disparos na direção da concentração de pessoas. O evento descumpria as determinações dos órgãos de saúde, para evitar o contágio da Covid-19.
Todos foram socorridos e levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque.
Na manhã deste domingo, parte dos familiares das vítimas mortas estiveram no Instituto Médico Legal (IML) do Rio, para liberação dos corpos. Ainda abalados e assustados com a tragédia, decidiram não comentar sobre o caso. Alegaram apenas que o alvo do ataque seria um dos mortos, identificado como Yan Lucas Soares Gomes, de 23 anos, filho de um antigo traficante da região.
Além de Rayane Cardoso Lopes e Yan Lucas Soares Gomes, Yuri Lima Vieira, 23 anos e Josué de Oliveira Xavier, 20 já chegaram sem vida na UPA de Ricardo de Alburquerque. Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior, de 22, teve o óbito confirmado na manhã de domingo. As famílias não deram informações sobre enterros.
Os feridos são Lucas Travanca de Araújo; Alan da silva Nogueira; Naum Henrique Silva Lopes (pai da menina Rayane Cardoso); Rodrigo Souza; Amanda Cristina Godinho e Iago Breno Soares Gomes. A sétima vítima não teve a identidade revelada.