Ex-marido da vítima, Daniel Garcia Carrera Sikkema é apontado como o mandante do crimeReprodução / Redes Sociais

Rio - A Justiça do Rio pediu a extradição de Daniel Garcia Carrera Sikkema, apontado como o mandante do assassinato do galerista Brent Sikkema, em janeiro deste ano. O motivo da encomenda do crime contra o ex-marido seria a insatisfação com a pensão paga por Brent. Uma audiência sobre o caso foi marcada para o dia 3 de junho.
Ainda na decisão publicada na segunda-feira (1), a juíza Tula Correa de Mello intimou a defesa de Daniel a apresentar uma resposta em até cinco dias. Além disso, a magistrada recusou o pedido de revogação do mandado de prisão preventiva contra o ex-marido do galerista. Desde o dia 10 de fevereiro, Daniel é alvo de um mandado de prisão expedido pela 3ª Vara Criminal do Rio.

Natural de Cuba, Daniel e Brent foram casados por 15 anos e são pais de um filho. Segundo os investigadores, teria partido dele a decisão de contratar outro cubano, identificado como Alejandro Triana Preves, para cometer a execução.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Daniel contratou Alejandro para matar Brent, com a promessa de pagar US$ 200 mil, cerca de R$ 1 milhão. O cubano então veio para o Brasil seguindo as coordenadas e sendo auxiliado financeiramente pelo ex-companheiro da vítima.
Usando as chaves fornecidas pelo acusado, ele entrou na casa do galerista, no Jardim Botânico, Zona Sul, e o atacou com golpes de faca. O corpo do galerista foi encontrado por sua advogada com as marcas das perfurações. Inicialmente, a Polícia Civil suspeitava de que o crime pudesse ser um latrocínio, roubo seguido de morte, mas depois foi confirmado que o cubano não teria levado nada da residência da vítima.
Alejandro foi preso três dias depois do crime, em um posto de gasolina na BR-050, entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais. Com ele, a polícia encontrou R$ 30 mil dólares.
Daniel foi preso no último dia 20 nos Estados Unidos, acusado de ter falsificado o seu passaporte, mas foi liberado sob o pagamento de fiança e cumprimento de medidas cautelares. Dentre as medidas, a autoridade determinou o uso de tornozeleira eletrônica. 
Procurada pelo DIA, a defesa de Daniel disse estar comprometida em "defender os direitos e a inocência" dele. Confira a nota na íntegra:
"O escritório jurídico representando Daniel Sikkema deseja informar aos meios de comunicação e ao público que, apesar da recente decisão judicial que indefere o pedido de revogação da prisão preventiva do Sr. Sikkema, reiteramos nossa confiança inabalável no sistema de justiça. Entendemos que o processo legal é complexo e requer tempo para uma análise completa e justa de todos os fatos e evidências apresentados.

Estamos plenamente comprometidos em defender os direitos e a inocência do Sr. Sikkema, trabalhando incansavelmente para garantir que todos os elementos e testemunhos sejam considerados de forma criteriosa e objetiva. Confiamos que, no devido tempo, a verdade prevalecerá e a ordem de prisão contra o Sr. Sikkema será revogada.

Acreditamos firmemente na justiça e na importância de um processo justo e transparente. Este é um momento desafiador para o Sr. Sikkema e sua família, e agradecemos o apoio contínuo e a compreensão do público enquanto trabalhamos para esclarecer os fatos e assegurar sua liberdade.

Continuaremos a fornecer atualizações conforme apropriado e pedimos respeitosamente à mídia e ao público que respeitem a privacidade do Sr. Sikkema e de sua família durante este processo."
Quem era o galerista
Brent Sikkema era sócio-proprietário de uma famosa galeria de arte em Nova Iorque, a Sikkema Jenkins & Co. Ele começou a trabalhar com galerias de arte em 1971, como diretor de exibições na Visual Studies Workshop, uma organização sem fins lucrativos para educação artística. O empresário abriu sua primeira galeria em Boston, em 1976. Em 1991, fundou a Wooster Gardens, atualmente Sikkema Jenkins & Co. Desde 2003, ele e Michael Jenkins, com quem trabalhou em diversos projetos artísticos no local, eram sócios do espaço.