Dedo na cara - Divulgação
Dedo na caraDivulgação
Por Isabele Benito
Rio - Dois casos e o mesmo problema que chegaram até a nossa coluna levantam um problema gigante: Que tipo de suporte, pessoas com problemas psicológicos e psiquiátricos vêm recebendo do nosso poder público?

No primeiro, o desespero de um avô para dar um pouco de qualidade de vida para o neto de 10 anos, diagnosticado com transtornos globais de desenvolvimento. Ilson Conceição dos Santos, 69 anos, mora na comunidade do Batan, em Realengo, com a esposa e o menino Rafael, que aguarda há quase 2 anos no SISREG para a habilitação intelectual pediátrica. Isso tudo sem um medicamento.

“O meu neto agride os amigos na escola e até os professores. Ele precisa de alguma medicação para que se acalme. Eu não vou abandonar meu menino, e nem quero tirar ele da escola”, relata seu Ilson, com lágrimas nos olhos.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que Rafael é atendido semanalmente no CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil) Pequeno Hans, em Sulacap, e que nos próximos dias uma equipe de Saúde da Família fará uma reavaliação de possíveis ajustes na medicação.

Na segunda situação, caso ainda pior. Cerca de 100 pacientes e funcionários do Instituto de Psiquatria da UFRJ (IPUB), na praia Vermelha, sem saber para onde vão. Tudo porque o prédio, que faz parte do Canecão, foi oferecido para a iniciativa privada. Sexta-feira, a partir de 13h, terá passeata para tentar impedir a ação. Todos apavorados....

“É um ambiente muito familiar, que não pode fechar assim”, diz dona Zeila Maria de Castro, que tem neta e sobrinha em tratamento no Instituto.

Botem a mão na consciência, muita gente está sendo prejudicada por causa de todo esse abandono. Essas pessoas precisam de amor e atenção, alguém que olhe por elas.

Para o descaso dos poderosos, eu espero que todos estejam com a saúde mental em dia e que nunca precisem passar por isso, mas eles não usam mesmo a saúde pública, né?!

3,2,1... É DEDO NA CARA!
PINGO NO I
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Pelas ruas do Rio, um carro chama a atenção. É o carro do motorista de aplicativo Cláudio Ribeiro Moreira, que teve uma ideia bastante curiosa para ajudar a filha Laís, recém-formada em jornalismo, a conseguir um emprego, na cidade que tem mais de 1 milhão de desempregados...

Cláudio, colou no vidro traseiro do veículo, um adesivo pedindo emprego para a jovem de 22 anos.

“Quem sabe, rodando todo o Rio de Janeiro eu não consigo ajudar minha filha?” pergunta o pai que faz de tudo pra ver a filha feliz.

Bora colocar o pingo no i...

Cláudio sabe que a realização profissional de Laís é a dele também. O tão sonhado emprego ainda não veio, mas ter um pai que acredita no seu potencial, vale mais do que qualquer salário.
TÁ FEIO!

“Quero ser jogador de futebol para mudar a vida da minha família”. 

A fala é do Kauê, que tinha apenas doze anos e morreu numa operação no Chapadão.

Era uma criança! Uma criança que morreu numa troca de tiros.

Mas vai além disso, muitos garotos da idade dele sonham em ser jogador. Mas pra quem mora na favela isso é maior. Na falta de oportunidade, mudar de vida fica muito restrito a ser jogador ou cantor.

Quantas chances têm de se achar um craque de bola por Aí? Agora imagine investir em educação nessas comunidades, quantas oportunidades, quantos craques da medicina, da Engenharia, da advocacia, da política... Mas não o fazem e a questão da segurança fica ainda mais complicada de ser resolvida.

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito... Vamos pensar no amanhã, para que a gente pare de chorar hoje, e tenho dito.