Por Aline Cavalcante
Em meio ao universo dos jogos eletrônicos cada vez mais tecnológicos, um apaixonado por games clássicos e fliperamas resolveu reunir em um único software 11 mil jogos, que vão desde Street Fighter e Mortal Combat, a Sonic e Super Mario, além de outros que fizeram sucesso nos anos 1980 e 1990. E foi assim que o engenheiro da computação Andre Rodrigues, 42, morador de Duque de Caxias, viu sua paixão ser eternizada e virar sucesso na Baixada Fluminense.
O gosto pelos jogos vem desde criança. Aos 18 anos, com o dinheiro do primeiro emprego, ele comprou uma
máquina, daquelas que ficavam nos bares, para ter sempre em casa. “Foi a realização de um sonho. Na época, meus amigos piraram, minha casa vivia cheia, virou point”, conta.
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A rotina foi mantida por muitos anos, até que na correria do cotidiano a diversão foi esquecida durante quase 15 anos. Só em 2016 que Andre resolveu a voltar usar o fliperama. A surpresa, porém, foi desagradável. Não funcionava. Foi quando surgiu a ideia de reconstruir e incrementar
a velha máquina. “Resolvi refazer toda a estrutura que estava destruída. Foi a parte
fácil. Difícil foi colocar para funcionar. Pesquisando, descobri uma placa robótica de tamanho menor e mais confiável que o HD que estava antes. Encontrei também um software livre que me permitia
armazenar até 11 mil jogos. Ficou ótimo”.
Foi dos amigos a ideia de fazer outros fliperamas com uma infinidade de jogos. De tanto insistirem Andre criou uma versão portátil. “Quando meus amigos viram, foi uma loucura, todos queriam e falaram para
eu fazer outras e vender, mas eu não queria porque tinha feito só para mim, como uma maneira de relembrar minha adolescência. Não pensava que mais alguém iria querer. De tanto insistirem, mesmo sem
acreditar muito, eu fiz alguns protótipos. Logo de cara, vendi três, depois tive mais cinco encomendas.
Investi na divulgação e, quando vi, as coisas foram acontecendo”.
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MEMÓRIA DA INFÂNCIA
Os jogos antigos têm reunido a nova e a antiga gerações de jogadores. Andre joga com o filho Gabriel Rodrigues, de 7 anos. “Ele conheceu e gosta de jogos que eram do meu tempo de criança. E isso tem acontecido com quem tem comprado os fliperamas. São pais que compram pra relembrar a infância e apresentar o que eles gostavam para os filhos, isso é muito legal”, relata.