Pergunta difícil. Eu não me sentia necessariamente bonito, mas eu percebia que as pessoas comentavam (risos). Acho que a partir dos 30 anos eu passei a me achar bem-apessoado.
Considerava bonito o (modelo) Jorge Gelati. Um dia o encontrei no aeroporto e ele, além de bonito, é super gente boa. Uma vez eu o encontrei quando estava em Paris e ele me chamou para almoçar com um grupo. Na época eu não tinha dinheiro e ele pagou o almoço. Foi super elegante. E eu levei esse gesto para sempre.
No início da carreira eu era levado mais para o lado do mocinho, do cafajeste... São coisas muito fortes na nossa teledramaturgia e no cinema também. Com o passar do tempo eu quis me desafiar e encontrei resistência para outros tipos de personagens. Fiz testes para vários personagens e fui dobrando as barreiras.
Eu gosto de ser cauteloso em relação a isso. O tempo vai passando e a gente vai trabalhando com muitas pessoas e buscando personagens diferentes. Eu comecei a fazer isso muito jovem e o que me ajudou muito a amadurecer e continuou a me ajudar foi esse processo de sair de uma novela e entrar em um filme de baixo orçamento. Sou apaixonado por audiovisual e aí quando você já se envolveu com muitos projetos, vai se preocupando em buscar coisas novas em seus trabalhos e acaba escolhendo naturalmente os projetos de maior interesse. Me sinto privilegiado em poder colocar isso em prática.
Acho tão bobo no momento de que estamos vivendo liberdade, tolerância, igualdade do masculino que quer se feminino, do feminino que quer ser masculino, do feminino quer ficar com feminino, do masculino que quer ficar com o masculino, falar da cena. Eu entendo a curiosidade. A cena é realmente diferente e eu a abordei, o Matheus também... Não teve nada diferente. Era trabalho e fizemos da melhor forma.
Sim. Eu tinha acabado de sair de uma novela das 21h e eu estava sentindo a necessidade de me repaginar como ator. Prefiro não falar que é uma travesti ou uma trans porque esse conceito é tão amplo que você reduz a uma coisa só. A mensagem era tolerar o que é diferente e respeitar.
Não, não está errada. Eu fiquei muito tempo com a minha mãe adoecida e eu realmente estava preocupado em fazer o meu trabalho, dar uma boa educação, estar presente na vida da minha filha e ficar mais presente na vida da minha mãe. As pessoas sabem que uma doença como o câncer é uma luta contínua. Eu fiquei focado nesse meu universo. Paralelamente a isso, as redes sociais chegaram e necessariamente não foi uma coisa natural pra mim. Eu ainda me sinto aprendendo a encontrar a minha narrativa nas redes sociais. Segundo lugar: eu venho de uma geração que era perseguida e que passou a oferecer conteúdo. E em terceiro lugar: eu fico inseguro. Mas quando falaram sobre as queimadas na Amazônia, eu me posicionei. Talvez eu seja mesmo uma pessoa que não use as redes sociais massivamente sobre posicionamentos e críticas. Assumo.
(Gargalhada). Eu já estou há 17 anos trabalhando e rapidamente ganhei essa fama na 'Malhação'. Não necessariamente eu era respeitado pelo trabalho, mas era conhecido por ele e tive relacionamentos com pessoas tão famosas e até mais do que eu, o que me levou a ter um certo traquejo com tudo isso. Para te falar a verdade eu não me preocupo com o que os outros falam. Não fico nem sabendo. Peço para não me falarem.
É ótimo! Se tivesse um menino eu ficaria também muito receoso com a questão da violência. Nós somos reféns de uma sociedade muito violenta e, infelizmente, nós nos acostumamos a conviver diariamente numa guerra civil que atinge as principais capitais brasileiras. Em relação ao feminino, ele está ganhando um lugar diferente e que eu acho extremamente benéfico, que é o lugar de igualdade. Acredito que esse é o melhor momento para poder criar uma menina. A gente chama a Sofia de princesa, mas princesa guerreira. Eu a estimulo a conquistar as coisas, a ser uma mulher forte e a se valorizar não só pela delicadeza que ela tem naturalmente, como a força. Ela faz natação e acabou de entrar no judô e ela está gostando de lutar mais do que nadar. Na turma dela tem mais meninas que meninos.
Penso. Acho que vai acontecer naturalmente. Não tenho uma previsão. Eu adoro crianças.
Eu rezo todos os dias com a minha filha. Eu não sigo uma religião, mas fui batizado, sou católico e de vez em quando eu vou à igreja. Não vou à missa, mas vou à igreja porque acho uma lugar gostoso para você ficar em silêncio. Meditar e rezar. Eu converso e rezo em voz alta todos os dias. Esse ano, eu fiz muito isso.
Eu sabia, mas não imaginava. 'O Cordel Encantado' fez muito sucesso e agora Avenida Brasil'. Outro dia eu fui malhar na academia no período da tarde e as pessoas vieram me falar que estavam acompanhando de novo. Raramente eu estou em casa, mas vejo a moça que trabalha lá em casa acompanhando.
Na época eu via, mas engraçado a sua pergunta porque depois de "Avenida Brasil' eu adquiri o hábito de não mais me assistir. Eu comecei a sentir que, quando eu não me assistia, eu me criticava menos. 'Ilha de Ferro' eu só assisti ao primeiro capítulo.
Vou ser um dos protagonistas. Eu faço gêmeos de novo (ele já fez em 'Dois Irmãos'). Vai ser um trabalho danado, o estudo também é forte e por isso comecei tão cedo. Não posso falar nada. Até mesmo seria deselegante da minha parte falar por conta de 'Amor de Mãe', que acabou de estrear.
Você falando assim eu me sinto até dono da O2 (risos). Vamos lá... é um Cauã que está entendendo cada vez mais esse campo e já é um processo que vem acontecendo há alguns anos. Cada projeto eu participo de uma forma diferente. Claro que no começo eu era mais observador e fui ficando cada vez mais presente. Coisas que fugiam do lugar comum do ator eu passei a entender. Ainda continuo aprendendo e agora estou desenvolvendo uma série por conta própria.
Não. Eu participo das pesquisas. Estamos vendo roteiros investigativos, conversando com as pessoas para nos fornecer materiais.
Eu gosto muito da parte administrativa. Sou taurino e adoro gerenciamento de recursos. Eu acho que é um lugar que eu sempre tive uma boa intuição. Não tenho estudo nenhum, mas eu gosto dessa parte.
Malandragem. Combinar uma coisa e depois dizer que não foi bem o combinado.