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Assim o ex-presidente Jair Bolsonaro se referiu a sua eleição para presidente da república do Brasil.
Para desdobrar tal parecer e talvez uma das únicas coerências pronunciados pelo “eloquente comunicador”, eleito em 2018, devemos entender melhor o que levou a esse período de “ataques de pelanca”!
Fernando Henrique Cardoso perdeu a eleição para Lula. Uma das cenas mais emblemáticas foi a passagem da faixa presidencial de um sociólogo intelectual para um nordestino, operário e sem formação acadêmica. Um show de democracia e o ditado de que tudo é possível, pelo menos na vida de Luís Inácio Lula da Silva. 
Passaram-se 8 anos de “céu de brigadeiro”. Lula foi chamado de “O Cara” por Barack Obama, em capa do New York Times. Seu erro foi o de insistir em ter Dilma Rousseff como presidente num segundo mandato.
Isso significou um prejuízo na esteira do poder. Até hoje não ficou claro porque Lula não retomou o mandato após os primeiros quatros anos de Dilma. 
Se seguiu o impeachment e mandato de Temer em meio às turbulências do período. Não comprometeu e emplacou reformas importantes. 
Em meio às frustrações e desagrado da população, veio um deputado de baixo clero, com discurso raivoso e, após um trágico incidente (facada), foi alçado a Presidente da República e comandou o país por longos 4 anos, sempre afrontando o judiciário (diga-se STF) e a imprensa (diga-se Rede Globo e Folha de São Paulo).
Bolsonaro errou na estratégia, na pandemia e na comunicação.
Parecia que todos ao seu lado tramavam contra ele – pelo menos era o que ele pensava.
Um predestinado, então preso, viria a ser candidato e, numa reviravolta do destino, contando com a sua capacidade de interagir com seu público, tornou-se mais uma vez, Presidente da República - pela terceira e com direito a música no Fantástico - e provavelmente será reeleito. Mesmo os que não são seus fãs ou adeptos, devem se render a esse “bicho político” (cortaram-lhe o rabo, deixando-lhe a cabeça).
Após uma rápida volta ao tempo e evolução desde o primeiro mandato de Lula da Silva até Lula da Silva, em uma reunião com Ministros de Estado, incluindo os da Defesa e Forças Armadas, Jair Bolsonaro afirma que sua eleição foi uma CAGADA e repetiu o termo em outras oportunidades, dizendo que estar como Presidente da República fugia a todos os scripts. Estava certo!
A grande questão era seu despreparo para exercer o cargo, mas o pior é o desejo de permanecer “fora das quatro linhas”, ao instigar um golpe de estado, pois foi esta a trama da reunião de Ministros e Assessores. Nesse caso, a tentativa de golpe de estado é crime, diferente dos crimes chamados comuns.

A OPERAÇÃO DA CAGADA

Em uma ação decisiva para a manutenção do Estado de Direito, a Polícia Federal do Brasil, com a colaboração direta da Procuradoria Geral da República, desferiu um golpe crucial contra uma tentativa de subversão democrática. Nas primeiras horas de uma manhã que entraria para a história, o presidente do Partido Liberal (PL) foi preso e um escândalo tomou proporções gigantescas, envolvendo até mesmo o então presidente Jair Bolsonaro e seus principais ministros, muitos dos quais vindos das fileiras militares e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A operação era o ápice de uma investigação meticulosa que descortinava planos e articulações para um golpe de estado. Essa frase, que soava como um eco de tempos sombrios que o país acreditava ter superado, ressoou nas estruturas das instituições e na consciência nacional: o Brasil flertava novamente com a interrupção da ordem democrática. A narrativa se inclinava perigosamente em direção ao autoritarismo e, no decorrer dos eventos, um detalhe emblemático surgiu: a expressão "batom na cueca" ganhou os noticiários e as redes sociais, como uma metáfora do flagrante incontestável das intenções antidemocráticas do grupo no poder.
Era um momento em que parecia se evidenciar a fragilidade das conquistas democráticas. Contudo, os pilares da democracia brasileira, constituídos por suas instituições fortes, mostraram-se resilientes. O Supremo Tribunal Federal (STF), ao cumprir seu papel constitucional, não apenas reafirmou seu compromisso com a justiça, como também se posicionou como guardião da constituição e da soberania do voto popular.
A reação dos grupos de direita mais radicais não tardou. Alguns insistiam em uma perseguição imaginária, alheios à gravidade dos atos cometidos pelo grupo político no poder. A defesa inabalável de Bolsonaro como líder desse contingente revelou não apenas a cegueira política de seus seguidores, mas também a incapacidade de autocrítica e de renovação ética dentro do espectro conservador.
Essas "cagadas" políticas, cometidas por quem deveria zelar pela integridade da nação, abriam margem para o questionamento: até que ponto a paixão política pode cegar e levar à justificação do indefensável? Essa é uma pergunta que o Brasil se via forçado a responder.
A insistência em seguir Bolsonaro, apesar do rastro de escândalos e da ameaça à democracia, parecia um desafio contra o próprio futuro do país. Era necessário, portanto, um debate sério e fundamentado sobre o que representa a liderança e em que valores ela deveria se ancorar. Para aqueles que desejavam dialogar genuinamente sobre o futuro da direita no Brasil, tornava-se imperativo a busca por um novo líder que pudesse representar os ideais conservadores sem macular a democracia e sem flertar com tendências autoritárias.
O Brasil testemunhava um embate crucial, entre o passado de regimes que abalaram sua democracia e o futuro que dependia de sua capacidade de defender a liberdade, o Estado de Direito e a justiça social. Era tempo de refletir profundamente sobre a importância das instituições democráticas e o papel de cada cidadão na salvaguarda dos valores republicanos.
8 de janeiro de 2023 – CAGADA
Um atentado contra a democracia foi uma “CAGADA”, onde ativistas da direita radical e financiadores inescrupulosos, agora escondidos e com medo das consequências, destruíram equipamentos da república na Praça dos Três Poderes em Brasília. As cenas chocaram o mundo e foi planejada com requinte de maldade. Caso não tivéssemos instituições fortes, teríamos desfecho pior. A defesa da democracia é o mais importante e todos os que participaram daquele ato contra a democracia devem pagar por seus crimes.
A conquista do poder deve ser exercida com o diálogo e convencimento de que projetos estruturantes são o melhor para o Brasil. Aqueles que pretendem mudar a rota do poder devem alcançar isso no voto e para aqueles que ainda pensam que a urna eletrônica frauda as eleições, estão completamente equivocados. Em um artigo/entrevista futura, trarei o então Secretario de Tecnologia do TSE, Giuseppe Janino, um dos pais do processo eleitoral eletrônico para falar sobre a segurança das urnas eletrônicas, sempre uma desculpa para o Golpe de Estado pelo então presidente Bolsonaro e sua trupe.
A expectativa é que possamos alcançar maior maturidade e qualidade nas escolhas de nossos líderes e exortar qualquer caso extra, considerado uma CAGADA, inclusive por aquele que alcançou o mérito de presidir um país como o Brasil, e que nenhum ato seja ventilado para descontruir tudo o que foi conquistado nos últimos quase 40 anos.
Viva a Democracia!