Da esquerda para a direita, Eduardo Paes, Alexandre de Moraes e o governador Cláudio CastroDivulgação / Prefeitura do Rio

Rio – O evento de lançamento do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral aconteceu nesta sexta-feira (19). Ele funcionará no prédio do atual Centro Cultural do Tribunal Superior Eleitoral, na Rua Primeiro de Março, no Centro do Rio. Seu objetivo será relembrar os marcos históricos do processo democrático brasileiro desde a colônia, passando pelas épocas do império, república, ditadura e república cidadã.

A cerimônia contou com as presenças do prefeito Eduardo Paes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o governador Cláudio Castro. O museu será elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a Prefeitura do Rio e o TSE.

"Desde o início da República, o Brasil sofreu, infelizmente, inúmeros episódios de exceção. Hoje, nós vivemos o maior período de estabilidade democrática do Brasil republicano. Isso deve ser comemorado, mas estabilidade democrática não significa tranquilidade e paz total. Significa a resistência e a resiliência das instituições contra eventuais ataques à democracia. Tudo isso precisa ser documentado, explicado e ficar na memória das próximas gerações", afirmou Alexandre de Moraes.

Durante a cerimônia, foi apresentada uma imagem da primeira peça que vai compor a exposição: a reprodução fotográfica "8 de Janeiro", idealizada pelo artista brasileiro Vik Muniz, com detritos, cartuchos de bala, estilhaços de vidro e restos de carpete recolhidos após a invasão de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro de 2023.

Segundo Eduardo Paes, o museu servirá para propor a reflexão da importância de defender os valores democráticos: "Eu pertenço a uma geração que já cresceu com o Brasil vivendo a sua redemocratização e que se acostumou com eleições livres e com as instituições funcionando. Todos nós vimos o que se tentou no início do ano passado no Brasil, naquela tentativa de golpe de estado, de ruptura institucional. Acho que temos o dever, a obrigação de ficar lembrando disso, de gerar memória sobre isso", afirmou.

Uma das atrações será a sala do voto, onde objetos históricos vão remeter à evolução do sistema eleitoral, apresentando cédulas, urnas, fotos e experiências. O acervo terá criações que tratam de manifestações populares, constituições e imprensa.

O prédio do atual Centro Cultural do Tribunal Superior Eleitoral é patrimônio nacional tombado pelo Iphan. O local testemunhou a passagem de algumas das principais manifestações populares da cidade, entre elas a "Passeata dos Cem Mil" e o movimento das "Diretas Já".