Melissa Santos, jornalistaDivulgação

Hoje a jornalista aqui só dá nome à coluna. Com a palavra uma amiga jornalista que homenageia a todas nós, mas principalmente o voo desafiador de ser mãe sem copiloto.

Melissa Santos:

"Sou mãe solo, aquela que cria os filhos sozinha, e faço parte da estatística de mais de 11 milhões de mulheres que vivem na mesma situação, de acordo com dados de uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, divulgados no ano passado. Minha rotina é me dedicar quase 100% aos meus filhos. Penso em mim, busco o autocuidado, mas confesso que, até quando faço isso, no fundo no fundo, penso neles.

Toda a mãe tem uma rotina corrida. Para a mãe solo, a corrida é sempre maratona. Nós não tínhamos que ter só 24 horas para nossas obrigações no dia, e sim, no mínimo 48 horas! Costumo dizer que mãe solo não descansa, adia problemas. Quando tiramos aquele sono da tarde em momentos de extremo cansaço em um final de semana, por exemplo, não temos ninguém para fazer aquela tarefa básica do dia a dia. Dormimos, descansamos e acordamos com a louça na pia, a roupa no cesto para lavar, o dever de casa para fazer com o filho... por mais que as crianças ajudem nas tarefas de casa e da escola, estaremos sempre sobrecarregadas!

Se a maternidade já é um desafio, para a mãe solo é pior! Tomar literalmente todas as decisões sem ter ninguém para conversar, para pensar junto... talvez seja esse o ponto mais difícil. Nem sempre fui mãe solo. Me tornei mãe solo depois que viuvei, há 3 anos. Meus filhos, na época, tinham 3 e 11 anos. Até então, tinha um companheiro maravilhoso, com o qual decidia tudo em conjunto para o bem-estar das crianças. Rodrigo foi um pai exemplar, que ia pegar os filhos na escola, fazia o trabalho de casa com a mais velha, cozinhava para eles... Mas Deus achou melhor ele brilhar "lá no céu" e eu ficar aqui, com os pequenos.

Apesar dos perrengues, posso me considerar uma mulher de sorte! Muitas mães solo não tiveram essa oportunidade, essa experiência de terem um companheiro junto aos filhos... Ainda hoje, em pleno ano de 2024, há homens covardes que acham correto não assumir a paternidade e deixarem as crianças apenas aos cuidados da mãe. Um verdadeiro absurdo!
E olha que eu ainda conto com uma rede de apoio! Tenho a ajuda principalmente dos avós dos meus filhos, e eventualmente de amigos. A grande maioria das mães solo não conta com a ajuda de ninguém...

Mesmo com tudo isso, a verdade é que ser mãe solo não é ser sozinha. Temos o maior tesouro do mundo: nossos filhos! E eles são a minha melhor companhia! Mesmo mãe solo, não deixo de sonhar e lutar. A agenda é corrida! Mas quero continuar a crescer profissionalmente, estudar, ter tempo para mim, viver e ensinar tudo isso aos meus filhos. Ser exemplo.

Se de vez em quando eu choro? Claro! Aí sim, "sozinha". O choro do cansaço, do estresse... Mas penso neles, nas minhas eternas crianças, e me refaço, me recrio, junto novamente os cacos, me encho de coragem, e vamos que vamos!

De onde vem a força da mãe solo? Ah... do mesmo local que vem a força de todas as mães... A nossa força vem dos nossos filhos, da vontade de vê-los crescer, do desejo em ajudá-los a se tornarem pessoas de bem, a realizarem tudo de melhor que quiserem na vida.

Para todas a mães, desejo dias de plena felicidade, consigo mesmas e com os seus filhos. E para aquelas que, como eu, estão nessa missão sozinhas, desejo a multiplicação das forças e da coragem. E que possamos criar, entre nós mesmas, uma corrente de apoio e incentivo.
Feliz dia das mães!"