Parque Estadual dos Três PicosGoverno do Estado do Rio de Janeiro - Reprodução

Guapimirim – O Parque Estadual dos Três Picos (PETP), no estado do Rio de Janeiro, poderá ter alguns serviços concedidos à iniciativa privada. O objetivo da Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, que administra o local, é permitir a concessão para fins turísticos e a terceirização de alguns serviços e da manutenção. A gestão continuará com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A área a ser concedida ao setor privado, cujo projeto está em estudo, é a do Núcleo Vale da Revolta, em Teresópolis, na Região Serrana, que ocupa uma área de 261,14 hectares, o equivalente a 365 campos de futebol.
O PETP é o maior parque estadual fluminense, tem 20 anos de existência, ocupa uma área de mais de 65 mil hectares, o equivalente a 91 mil campos de futebol, está situado numa região turística chamada Serra do Mar e abrange os municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo, Petrópolis, Silva Jardim e Teresópolis.
Para falar sobre o assunto, O DIA conversou com o gestor do Parque Estadual dos Três Picos (PETP), Alexandre Donato de Sá, que explicou que o Governo Fluminense ainda estuda o assunto e acrescentou que ‘tudo está sendo feito com a maior transparência’ e acompanhamento do conselho do parque. Além disso, o plano prevê a adaptação de algumas edificações para restaurantes, lanchonetes e hospedagens, para que os turistas e praticantes de ecoturismo possam ter maior contato com a natureza e ficar mais tempo no local sem a necessidade de voltar para casa no mesmo dia.
“Estamos estudando a forma de concessão de serviços a um tempo, iremos fazer tudo da melhor forma, sem esquecer da comunidade local”, disse Alexandre Donato de Sá.
No último dia 18 de janeiro, o Inea publicou no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro um chamamento público para contratar uma empresa que realize um estudo de viabilidade técnica de utilização do núcleo supracitado, de modo a não prejudicar a população e ao mesmo tempo garantir uma gestão eficiente. Após a aprovação desse estudo é que se estabelecerá como vai ser o processo licitatório. Quem vencer a licitação deverá implementar serviços turísticos, realizar melhorias e manutenções do Núcleo Vale da Revolta.
Pode ser que uma empresa explore os serviços, como também pode acontecer de várias empresas explorarem determinados serviços. Tudo vai depender do que estudo de viabilidade técnica que será realizado e apresentado ao Inea. Práticas de arvorismo e tirolesa poderão ser disponibilizadas pela iniciativa privada.
Nos bastidores, o modelo de concessão a ser adotado pelo governo fluminense tem sido observado por outros gestores públicos por parecer o mais eficaz e avançado. Se a terceirização do Núcleo Vale da Revolta der certo, certamente irá inspirar o mesmo procedimento em outras unidades de conservação ambiental.
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), que é federal, está com o processo de concessão ao setor privado engatinhando, pois há uma forte resistência de alguns setores da sociedade civil, como montanhistas, que temem uma possível cobrança de entrada para visitação e a ‘turistificação’ mercadológica. Essa unidade ecológica abrange os municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis.
Os núcleos do PETP, com exceção do Núcleo Paraíso, em Guapimirim, estão abertos à visitação das 8h às 17h durante todos os dias da semana, incluindo fins de semana e feriados.